Attitude 119: Texture

  • Setembro é sinónimo de quietude e recomeços, em velocidades comedidas, onde as transformações também acontecem. É, por isso, que nesta edição nos deixamos levar por uma viagem que jubila por entre texturas libertadoras, com materialidades que apelam aos sentidos e personificam outras dimensões, e com elas, ditamos o fim das paredes lisas. Um marco onde aparências espelham diferentes individualidades, com vida e intensidade, em paletas que ganham diferentes formas. Seja através da expressão e aspereza de uma pincelada, no entrelaçar de fios de um tecido, seja na calidez de uma casa ou na aridez de uma paisagem.
  • As escolhas eclécticas que trazemos neste número são reflexo disso: as peças criadas durante horas a fio pelas mãos de Sofie Aaldering, uma jovem artista holandesa que nos conquistou ao dar forma a ideias através da exploração de matérias têxteis, ou até mesmo a Torre da Rolex, obra do gabinete Curiosity, que revela numa nova escala a mestria dos mecanismos da famosa marca suíça, espelhada numa história contada pelos quatro pisos da mais recente loja em Ginza, no Japão.
  • Também houve espaço para conversas inspiradoras com personalidades distintas que actuam em diferentes campos, como é o caso de Nuno Nunes-Ferreira que, na sua exposição com curadoria de Verónica de Mello, um retrato “caleidoscópico” e expressivo de realidades sociais e culturais afectas à Revolução de 25 de Abril de 1974, manifesta a sua arte e forma de estar numa linguagem real e palpável.
  • Se pensarmos de forma crua, as texturas são superfícies tácteis ou visíveis que flutuam nas partículas de um corpo ou substância, tangíveis por entre variações inerentes à matéria sobre a qual assentam: rugosas, acetinadas ou matificadas… Matérias que nos conduzem pela sua densidade e consistência, causando sensações ao olhar ou toque.
  • Curiosamente, e fruto de um exercício de contradição, a linguagem gráfica desta edição levou-nos a uma exploração plástica de texturas, com recurso à Inteligência Artificial, através de um trabalho figurado como pano de fundo e fio condutor dos nossos artigos. O melhor é perceber como as texturas nos invadem e fazem parar para sentir, em momentos que elevam os nossos pensamentos. E há uma magia serena nesses momentos, com sussurros de mundos paralelos que queremos que descubra nas próximas páginas, numa fusão de camadas que nos moldam e nos pertencem.

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