journal
18 / 09 / 2016
Muito próximo ao Parque Ibirapuera, parque urbano mais importante da cidade de São Paulo, Brasil, está situado o Apartamento L. A consoante que o denomina refere-se à inicial do sobrenome do casal proprietário, ele de ascendência italiana e ela, psicanalista e apaixonada pelo exotismo da fauna brasileira.
À arquiteta Milene Cara coube a tarefa de definir a espacialidade e os acabamentos do apartamento, cujo edifício havia sido recém concluído, e também elaborar os interiores. E para esta dupla tarefa foram eleitas estratégias distintas, na medida em que é uma preocupação e convicção da autora conferir uma atribuição ao espaço mais atemporal, avessa a estilos e, por outro lado, buscar em papéis de parede, mobiliário, marcenarias e objetos a liberdade necessária para que os mesmos sejam índices das personalidades e dos gostos de seus proprietários. Se na arquitetura todos os esforços de pesquisa buscaram um timeless design, sobretudo na valorização da luz como matéria fundamental, também uma característica dos projetos do Studiocara; é também este espaço diáfano que revelará a rigorosa investigação sobre o estilo e personalidades dos que ali habitarão e, sobretudo, o caráter artesanal e único com que o escritório aborda cada projeto de interiores.
O espaço de aproximadamente de 540 metros quadrados foi projetado para receber o casal e os filhos dele. As áreas comuns: living, jantar, biblioteca e home theater, adega e o hall de entrada foram todas integradas, não há nem mesmo porta de entrada. Ao acessar o piso do apartamento, imediatamente o elevador abre-se com a visão da totalidade do espaço. Com extenso fechamento em vidro, cuja vista permite a visibilidade das copas das árvores do parque, a quantidade de luz natural é significativa e refletida pelo piso em mármore branco piguês extra que domina toda a área social do apartamento. Como costuma comentar a proprietária, é sempre dia nele e não se contam com luzes artificiais até o anoitecer.
Se o espaço é banhado por muita luz, é esta luz que enfatizará as peças nele contidas. No hall de entrada, revestido com tecido de padrões geométricos, comum às chamadas “culturas primeiras”, somos recebidos por máscaras de macacos do artista plástico Nelson Leirner conjuntamente com a cadeira Jenette, de concepção dos designers brasileiros Fernando e Humberto Campana, produzida pela Edra. O hall já nos indica as relações entre arte e design que estarão presentes em todo o espaço.
O amplo living é valorizado por um extenso tapete persa color wash em tom avermelhado, como sofás Artefacto em veludo de verde oliva, enfatizando uma relação de cores complementares. Entre os sofás, a mesa de centro de 2 metros x 2 metros, é o apoio de peças e objetos esculturais, com o cachorro em louça pintado pela artista plástica Evelyn Tannus. O living é completado pelas poltronas de Jean Marrie Massaud para a Cassina e as relevantes cadeiras, uma delas da Maison Martin Margiela, de espaldar alto, o cheio, em oposição à cadeira Gaulino, de Oscar Tusquets Blanca, completa estrutura antropomórfica, cuja intenção da peça é a mimese do corpo feminino; todas na companhia de telas de Di Cavalcanti, entre outros artistas.
A biblioteca, que também abriga todos os recursos tecnológicos de home theater, é toda em madeira ébano macassar, tapete Aubusson, já do acervo da cliente e sofá com encosto em capitonê da Decameron Design, com destaque para a onça pintada em louça que nos recebe neste ambiente e cuja estampa é reiterada na cúpula do abajur de piso no mesmo espaço.
Os bichos estão por todos os lados: a onça, o cachorro, os macacos nas máscaras e novamente no castiçal da Seletti, no pato em taxonomia e nas corujas, presente no painel desenhado pela artista colombiana Catalina Estrada. E é a cor de fundo da floresta, o preto, que definirá mesa e cadeiras, enfatizando todo o destaque à imagem que ambienta os jantares do casal.
Se o luxo está presente no uso de materiais nobres e sofisticados, o exotismo está enfatizado por meio das figuras da fauna, quase que como um arquétipo da floresta e, aqui, o desejo de uma natureza controlada. E é este mesmo desejo de conter outros lugares que será enfatizado no papel de parede escolhido para a cozinha, que traz consigo a vista, a paisagem de cidades orientais cujas construções são dominadas por cúpulas. Novamente, à austeridade dos acabamentos em tons de preto, ébano macassar, espelhos acobreados soma-se a linha presente nos desenhos das casas e suas cúpulas douradas. E no lavabo, são os desenhos da paisagem do Rio de Janeiro desenhadas pela artista Tarsila do Amaral que contrastarão com a cuba em mármore marrom imperial, papéis bronzes e o mais.
Nas áreas íntimas, o piso de mármore dá vez aos tacos de sucupira paginados em espinha de peixe. Luzes artificial, natural e espelhos dominam closet e banheiro da proprietária, ela é a protagonista nestes espaços. No quarto, a mesma ortogonalidade presente nas estantes da biblioteca é reiterada na cabeceira da cama e novamente os padrões que nos remetem a peles que são enfatizadas de forma muito delicada, quase imperceptível nos papéis de parede.
À arquiteta Milene Cara coube a tarefa de definir a espacialidade e os acabamentos do apartamento, cujo edifício havia sido recém concluído, e também elaborar os interiores. E para esta dupla tarefa foram eleitas estratégias distintas, na medida em que é uma preocupação e convicção da autora conferir uma atribuição ao espaço mais atemporal, avessa a estilos e, por outro lado, buscar em papéis de parede, mobiliário, marcenarias e objetos a liberdade necessária para que os mesmos sejam índices das personalidades e dos gostos de seus proprietários. Se na arquitetura todos os esforços de pesquisa buscaram um timeless design, sobretudo na valorização da luz como matéria fundamental, também uma característica dos projetos do Studiocara; é também este espaço diáfano que revelará a rigorosa investigação sobre o estilo e personalidades dos que ali habitarão e, sobretudo, o caráter artesanal e único com que o escritório aborda cada projeto de interiores.
O espaço de aproximadamente de 540 metros quadrados foi projetado para receber o casal e os filhos dele. As áreas comuns: living, jantar, biblioteca e home theater, adega e o hall de entrada foram todas integradas, não há nem mesmo porta de entrada. Ao acessar o piso do apartamento, imediatamente o elevador abre-se com a visão da totalidade do espaço. Com extenso fechamento em vidro, cuja vista permite a visibilidade das copas das árvores do parque, a quantidade de luz natural é significativa e refletida pelo piso em mármore branco piguês extra que domina toda a área social do apartamento. Como costuma comentar a proprietária, é sempre dia nele e não se contam com luzes artificiais até o anoitecer.
Se o espaço é banhado por muita luz, é esta luz que enfatizará as peças nele contidas. No hall de entrada, revestido com tecido de padrões geométricos, comum às chamadas “culturas primeiras”, somos recebidos por máscaras de macacos do artista plástico Nelson Leirner conjuntamente com a cadeira Jenette, de concepção dos designers brasileiros Fernando e Humberto Campana, produzida pela Edra. O hall já nos indica as relações entre arte e design que estarão presentes em todo o espaço.
O amplo living é valorizado por um extenso tapete persa color wash em tom avermelhado, como sofás Artefacto em veludo de verde oliva, enfatizando uma relação de cores complementares. Entre os sofás, a mesa de centro de 2 metros x 2 metros, é o apoio de peças e objetos esculturais, com o cachorro em louça pintado pela artista plástica Evelyn Tannus. O living é completado pelas poltronas de Jean Marrie Massaud para a Cassina e as relevantes cadeiras, uma delas da Maison Martin Margiela, de espaldar alto, o cheio, em oposição à cadeira Gaulino, de Oscar Tusquets Blanca, completa estrutura antropomórfica, cuja intenção da peça é a mimese do corpo feminino; todas na companhia de telas de Di Cavalcanti, entre outros artistas.
A biblioteca, que também abriga todos os recursos tecnológicos de home theater, é toda em madeira ébano macassar, tapete Aubusson, já do acervo da cliente e sofá com encosto em capitonê da Decameron Design, com destaque para a onça pintada em louça que nos recebe neste ambiente e cuja estampa é reiterada na cúpula do abajur de piso no mesmo espaço.
Os bichos estão por todos os lados: a onça, o cachorro, os macacos nas máscaras e novamente no castiçal da Seletti, no pato em taxonomia e nas corujas, presente no painel desenhado pela artista colombiana Catalina Estrada. E é a cor de fundo da floresta, o preto, que definirá mesa e cadeiras, enfatizando todo o destaque à imagem que ambienta os jantares do casal.
Se o luxo está presente no uso de materiais nobres e sofisticados, o exotismo está enfatizado por meio das figuras da fauna, quase que como um arquétipo da floresta e, aqui, o desejo de uma natureza controlada. E é este mesmo desejo de conter outros lugares que será enfatizado no papel de parede escolhido para a cozinha, que traz consigo a vista, a paisagem de cidades orientais cujas construções são dominadas por cúpulas. Novamente, à austeridade dos acabamentos em tons de preto, ébano macassar, espelhos acobreados soma-se a linha presente nos desenhos das casas e suas cúpulas douradas. E no lavabo, são os desenhos da paisagem do Rio de Janeiro desenhadas pela artista Tarsila do Amaral que contrastarão com a cuba em mármore marrom imperial, papéis bronzes e o mais.
Nas áreas íntimas, o piso de mármore dá vez aos tacos de sucupira paginados em espinha de peixe. Luzes artificial, natural e espelhos dominam closet e banheiro da proprietária, ela é a protagonista nestes espaços. No quarto, a mesma ortogonalidade presente nas estantes da biblioteca é reiterada na cabeceira da cama e novamente os padrões que nos remetem a peles que são enfatizadas de forma muito delicada, quase imperceptível nos papéis de parede.