O apartamento, com amplas janelas, é composto por dois quartos, área de serviço, cozinha e sala. Com essa tipologia padrão, a proposta inicial foi a demolição total do apartamento de 110 m2 para transformar totalmente o layout num ambiente que respondesse melhor ao quotidiano contemporâneo. Assim, corredores e áreas sociais, incluindo a cozinha, deixaram de estar dispostos separadamente e transformaram-se numa unidade só, quase como um grande loft, melhorando a comunicação entre os moradores.
Com o intuito de separar a área íntima da área social, foi colocada uma estante de madeira que divide esses dois ambientes e que recebe a coleção de livros da família e itens afetivos, e “portas cegas” dão acesso à suite do casal, quarto da filha e casa de banho.
O piso em granilite é uma referência aos prédios de Brasília, onde a área social era, tradicionalmente, revestida nesse material. O cimento tem lugar no mobiliário desenhado pelo arquiteto Clay Rodrigues e na exaltação da estrutura aparente - inclusive um dos pilares da sala é revelado e tratado como uma escultura.
Vidro canelado na cozinha, marcenaria desenhada e executada pelo próprio escritório, revestimento da casa de banho na paleta de cores do Le Corbusier e mobiliário trazem os “ares do midcentury”, ao mesmo tempo que itens como a iluminação, alguns quadros na casa de banho e espelhos são apontamentos mais contemporâneos.
Este apartamento é uma exaltação da arquitetura de Brasília, ressalvando o que existe de mais típico nas residências e prédios da cidade, combinando, simultaneamente, as tecnologias e referências modernistas e contemporâneas do gabinete responsável pelo projeto.