Patrícia Ramos: Tal como os lemas que estão presentes no site do YSG Studio, diria que um trabalho YSG é uma “mistura magnética de não-convencionalidade”? Yasmine Saleh Ghoniem: Vou considerar isso como cada projecto é radicalmente diferente de outro, mas o seu fio condutor é o meu impulso para representar momentos e estados de espírito matizados que, esperemos, aumentem a experiência das pessoas dentro deles. Cada vez que entram num espaço YSG, quero que as pessoas se sintam vivas porque há um elemento sensorial particular ou vários que as aflige. Se isso convida à conversa, então tanto melhor.

De entre todos os países onde viveu, qual é aquele de que mais sente falta? Porquê? Na verdade, nunca me senti estabelecida em nenhum lado. Sentirmo-nos “em casa” é sobretudo uma sensação de conexão a um lugar. O Quénia, onde passei três meses a fazer voluntariado, durante o meu regresso lento à Austrália depois de ter vivido na América, preencheu essa caixa para mim. O Kuwait é onde estão os meus verdadeiros companheiros. Não se pode comprar o tipo de segurança que as amizades forjadas ao longo do tempo te dão. Apesar da nossa dispersão pelo globo, falamos frequentemente. Depois há os meus dias despreocupados na universidade, em Savannah, e o tempo passado a trabalhar em Portland, Oregon. Não se festeja tanto como quando se tem tão poucos compromissos, especialmente quando temos o futuro todo à nossa frente.