Fotografia: Carlos Cezanne
30 / 11 / 2021
“Menorca tem muitas histórias por contar para além da praia”. É assim que Cristina Lozano lança a conversa, que soa a adágio, numa manhã soalheira em Mahón.
Pouco passava das nove da manhã quando a anfitriã, de trato fácil e sorriso contagiante, se juntava a nós à mesa do pequeno-almoço, no recatado pátio traseiro do número 17 da Carrer de la Infanta.
Cristina fez questão de voltar ao lugar onde foi feliz. Deixou o trabalho num gabinete de comunicação e a vontade de dar um novo rumo à sua vida fê-la procurar uma casa na zona histórica de Menorca. “Tinha aqui família e vínhamos a Menorca todos os Verões. Um dia falaram-me destes dois edifícios abandonados, um hostel e um hotel, já com licença, e como o meu marido também está ligado à área da hotelaria pensei logo, vamos fazê-lo.” Fê-lo como só o poderia ter feito: com a ambição de quem tem sonhos, mas não tem vícios; e sem tudo aquilo que “acaba por incomodar num hotel.” “Se vieres a minha casa, não vais ter alguém o dia todo a perguntar-te se precisas de alguma coisa. Quero que as pessoas se sintam em casa, que desçam de pés descalços para tomar o pequeno-almoço se quiserem.”
Admite que a pandemia a “obrigou a parar” e, apenas um ano depois da data prevista, em Maio de 2021, abriu finalmente as portas de Cristine Bedfor, ao lado do amigo e empresário Daniel Entrecanales. Lá dentro, as histórias acumulam-se na mesma proporção que a arte e os objectos. Ao designer e amigo Lorenzo Castillo, deve a concepção do projecto de interiores, um lugar que celebra a cor e a memória, com a extravagância necessária e um bom gosto irrepreensível. “Pedi-lhe para criar uma casa como se fosse para mim. Ele riu-se e disse para pensar na utilidade das peças, que não era a mesma coisa ter uma cadeira para sentar 10 ou 300 pessoas. Mas se romper rompeu, substitui- se por outra.” O candeeiro, suspenso na sala de estar, foi o primeiro objecto a ser adquirido. Depois, uma série de botijas tradicionais espanholas, que serviram de inspiração para o ambiente do restaurante. “Comecei pelas peças mais inúteis”, diz, sorridente.
Tapetes produzidos por artesãos locais; espelhos antigos; animais e personagens aristocratas da sociedade inglesa emoldurados nas paredes e móveis locais recuperados chegam-nos das proximidades mas também de França ou Inglaterra. Na história de Cristine Bedfor, não há acasos felizes, apenas casamentos vencedores. Talvez por isso mesmo, também a colaboração com a arquitecta Emma Mart. e com o arquitecto paisagístico .lvaro de la Rosa viria a revelar-se fundamental na concepção de um dos lugares mais especiais de todo o projecto: o jardim intimista de 600 metros quadrados, situado ao fundo da propriedade. “Em Menorca, não podes fazer muita coisa se não tens o máximo respeito pelo meio ambiente, tivemos de cumprir vários requisitos. Além disso, odeio plástico. É uma convicção. Desde a rega do jardim, aos aventais 100% sustentáveis, passando pelos tapetes, produzidos a partir de garrafas de plástico, foi preciso encontrar produtores que trabalhem de forma articulada com o meio ambiente. E reaproveitámos muitos móveis também, não quisemos comprar tudo novo.”
Cristina fez questão de voltar ao lugar onde foi feliz. Deixou o trabalho num gabinete de comunicação e a vontade de dar um novo rumo à sua vida fê-la procurar uma casa na zona histórica de Menorca. “Tinha aqui família e vínhamos a Menorca todos os Verões. Um dia falaram-me destes dois edifícios abandonados, um hostel e um hotel, já com licença, e como o meu marido também está ligado à área da hotelaria pensei logo, vamos fazê-lo.” Fê-lo como só o poderia ter feito: com a ambição de quem tem sonhos, mas não tem vícios; e sem tudo aquilo que “acaba por incomodar num hotel.” “Se vieres a minha casa, não vais ter alguém o dia todo a perguntar-te se precisas de alguma coisa. Quero que as pessoas se sintam em casa, que desçam de pés descalços para tomar o pequeno-almoço se quiserem.”
Admite que a pandemia a “obrigou a parar” e, apenas um ano depois da data prevista, em Maio de 2021, abriu finalmente as portas de Cristine Bedfor, ao lado do amigo e empresário Daniel Entrecanales. Lá dentro, as histórias acumulam-se na mesma proporção que a arte e os objectos. Ao designer e amigo Lorenzo Castillo, deve a concepção do projecto de interiores, um lugar que celebra a cor e a memória, com a extravagância necessária e um bom gosto irrepreensível. “Pedi-lhe para criar uma casa como se fosse para mim. Ele riu-se e disse para pensar na utilidade das peças, que não era a mesma coisa ter uma cadeira para sentar 10 ou 300 pessoas. Mas se romper rompeu, substitui- se por outra.” O candeeiro, suspenso na sala de estar, foi o primeiro objecto a ser adquirido. Depois, uma série de botijas tradicionais espanholas, que serviram de inspiração para o ambiente do restaurante. “Comecei pelas peças mais inúteis”, diz, sorridente.
Tapetes produzidos por artesãos locais; espelhos antigos; animais e personagens aristocratas da sociedade inglesa emoldurados nas paredes e móveis locais recuperados chegam-nos das proximidades mas também de França ou Inglaterra. Na história de Cristine Bedfor, não há acasos felizes, apenas casamentos vencedores. Talvez por isso mesmo, também a colaboração com a arquitecta Emma Mart. e com o arquitecto paisagístico .lvaro de la Rosa viria a revelar-se fundamental na concepção de um dos lugares mais especiais de todo o projecto: o jardim intimista de 600 metros quadrados, situado ao fundo da propriedade. “Em Menorca, não podes fazer muita coisa se não tens o máximo respeito pelo meio ambiente, tivemos de cumprir vários requisitos. Além disso, odeio plástico. É uma convicção. Desde a rega do jardim, aos aventais 100% sustentáveis, passando pelos tapetes, produzidos a partir de garrafas de plástico, foi preciso encontrar produtores que trabalhem de forma articulada com o meio ambiente. E reaproveitámos muitos móveis também, não quisemos comprar tudo novo.”
À medida que a conversa avança, a palavra casa torna-se redundante. Cristina soube exactamente como criar uma casa longe de casa. Sentimo-lo no aroma perfumado mediterrânico das velas que personalizou na Cereria Molla; no Honesty Bar montado na sala de estar, onde o consumo de bebidas é registado pelo hóspede; nos divertidos retratos “de cães que já passaram por cá, que deixam sempre as pessoas felizes”.
Para mais informações, visite o website Cristine Bedfor.