• DAGOBERTO RODRÍGUEZ

    CUBA, 1969

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Fotografia: STUDIO DAGOBERTO RODRÍGUEZ 
13 / 05 / 2022
Texto: VERÓNICA DE MELLO
Conheci o Dagoberto quando preparávamos a exposição que inaugurou em Lisboa, em 2017. Na altura, fazia parte do colectivo de artistas que tinha como nome Los Carpinteros, dupla que trabalhou em conjunto ao longo de mais de 25 anos, tendo muito impacto internacional. 
As suas obras fazem parte das colecções de grandes museus como o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), o Centro Georges Pompidou, em Paris, a Tate Gallery, em Londres, entre outros.
Hoje, Dagoberto trabalha como artista independente, com as mesmas problemáticas que o assaltam desde 1992, e leva com ele “as suas coordenadas de origem na sua reflexão e investigação de trabalho.” Expressa-se através do humor e de uma finíssima e subtil forma de ironizar a realidade. Tudo é político sem que a mensagem seja directa; o trabalho prolonga-se no olhar do seu espectador e este pode tomar as suas próprias conclusões a partir de uma estética crítica e irónica.

Criado no porto costeiro de Caibarién, em Cuba, começa por pintar paisagens marítimas, mas é já longe da sua cidade natal, no Instituto Superior de Arte em Havana, que se forma e constrói a sua abordagem como artista. Viveu numa Cuba militarizada, em que a chegada da guerra se converte numa fantasia que nunca aconteceu. Talvez por isso, os seus trabalhos com bombas feitas de argila, satélites artesanais e símbolos bélicos de brincar joguem com esses mesmos universos, sempre presentes na vida de quem cresceu num regime distópico e comunista, isolado do mundo.
Na sociedade, interessa-lhe sobretudo as teias do poder. Criou o conceito “arqueologia do poder”, uma investigação pessoal que tem como objectivo visualizar e compreender questões físicas e psicológicas construídas pelas redes do poder na sociedade, seja poder político, tecnológico ou de outros formatos que influenciam e intervêm de forma invisível, mas controladora na vida quotidiana.
O seu trabalho gravita entre a escultura, o desenho, a pintura e o vídeo, meios para melhor explorar o que o preocupa. A utilização da aguarela como um meio para comunicar a escultura tornar-se-ia, ao longo do tempo, numa linguagem visual para comunicar com o espectador.  
  • DAGOBERTO RODRÍGUEZ
DAGOBERTO RODRÍGUEZ. Photo © Lisa Gómez 
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EXPOSIÇÃO SOLO: “FUTURO ALTERNATIVO”. PALAZZO DEL PARCO. SALA R. FALCHI. CORSO GARIBALDI.DIANO MARINA,ITALY. Photo © Jordi Cugat. 
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“ISLA NARANJA”, 2020. AGUARELA SOB PAPEL, 130x130 cm. 
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“SATELITE DE BARRO UNO”, 2019. AGUARELA SOBRE PAPEL. 
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“ÁNFORAS I", 2020. BARRO QUEIMADO, DIMENSÕES VÁRIAS. COLEÇÃO SOLO, MADRID. 
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“PATRIA O MUERTE”, 2018. BRONZE CROMADO E TINTA, 21x69x4 cm. 
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A arte, para Dagoberto Rodríguez, é uma ferramenta de conhecimento e de registo da existência humana, é um marca-passos dos acontecimentos do mundo: “enquanto artistas, temos uma função social e somos ouvidos.” As suas obras definem-se por terem várias capas de compreensão e de sentido, e, na simplicidade dos seus desenhos e das suas aguarelas, encontra-se a complexidade do pensamento analítico, mas também poesia e sensibilidade. 
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“ISLA ROJA” DETALHE, 2020. 
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“INTERIOR DE LEGO AZUL”, 2019. AGUARELA SOB PAPEL, 130 X 200 cm. 
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“PERDÓNAME”, ACAPULCO. Photo © EFe/Yander Zamora 
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