Fotografia: cortesia Wagner Kreusch
17 / 02 / 2022
Nasceu em Florianópolis, “num dos ecossistemas mais diversos do planeta”, mas é em Londres que, desde 2011, divide o seu tempo entre o ensino, a consultoria e projectos personalizados.
Contaminado pela atmosfera criativa da cidade, o co-fundador da London Flower School reconhece ser “ligeiramente obcecado” pela forma como “nos relacionamos com as plantas e como elas conseguem moldar a nossa existência.”
Inês Graça: Considera-se um artista ou florista? Wagner Kreusch: É uma questão que se repete com frequência. O meu trabalho está completamente enraizado na arte dos arranjos florais, uma forma de arte tão antiga como a própria cultura. Há séculos que as pessoas usam as flores e as plantas como forma de expressão, por isso, ao intitular-me de florista, estou também a trazer à superfície uma forma de expressão que deve ser respeitada como arte. Se existir alguma diferença entre as duas palavras, então diria que sou simultaneamente artista e florista.
IG: Encontramos espontaneidade em cada arranjo, mas essa expressão fluída não existiria sem um processo ponderado e detalhado. Concorda? WK: A famosa florista inglesa Constance Spry costumava dizer que a coisa mais poderosa da floricultura é a espontaneidade da própria arte. É importante lembrar que o nosso meio de trabalho está vivo, logo a resposta do artista precisa de ser rápida. Ainda que passemos muito tempo a estudar técnicas e regras de composição, acredito que o mais importante é estarmos presentes a 100%. Inspira-me a qualidade efémera do trabalho não só como escultura, mas também como performance. Interessa-me explorar o encontro da Natureza e da cultura. Lembro-me de, na primeira vez que fui a Pompeia, ter visto a pintura de uma mulher que procurava flores. Pensar que alguém quis, um dia, colher uma flor no campo e levá-la para casa é o que me mantém acordado durante a noite.
Inês Graça: Considera-se um artista ou florista? Wagner Kreusch: É uma questão que se repete com frequência. O meu trabalho está completamente enraizado na arte dos arranjos florais, uma forma de arte tão antiga como a própria cultura. Há séculos que as pessoas usam as flores e as plantas como forma de expressão, por isso, ao intitular-me de florista, estou também a trazer à superfície uma forma de expressão que deve ser respeitada como arte. Se existir alguma diferença entre as duas palavras, então diria que sou simultaneamente artista e florista.
IG: Encontramos espontaneidade em cada arranjo, mas essa expressão fluída não existiria sem um processo ponderado e detalhado. Concorda? WK: A famosa florista inglesa Constance Spry costumava dizer que a coisa mais poderosa da floricultura é a espontaneidade da própria arte. É importante lembrar que o nosso meio de trabalho está vivo, logo a resposta do artista precisa de ser rápida. Ainda que passemos muito tempo a estudar técnicas e regras de composição, acredito que o mais importante é estarmos presentes a 100%. Inspira-me a qualidade efémera do trabalho não só como escultura, mas também como performance. Interessa-me explorar o encontro da Natureza e da cultura. Lembro-me de, na primeira vez que fui a Pompeia, ter visto a pintura de uma mulher que procurava flores. Pensar que alguém quis, um dia, colher uma flor no campo e levá-la para casa é o que me mantém acordado durante a noite.
IG: É co-fundador da London Flower School (LFS), um espaço de exploração onde procura "expandir os limites da educação na indústria das flores". Qual a mensagem que quer continuar a promover? WK: Fundar a LFS foi um dos projectos mais desafiantes que realizei. As pessoas criticaram-me, diziam que era demasiado jovem, mas a escola nasce de um lugar da verdade. Queria realmente contribuir para uma indústria pela qual tenho o maior respeito e, hoje em dia, o contributo da LFS é inegável. Ainda temos um longo caminho a percorrer até que os floristas sejam verdadeiramente respeitados como artistas na sociedade ocidental.
Para mais informações, visite o website Wagner Kreusch.