journal
04 / 05 / 2015
Artigo originalmente publicado na ATTITUDE #55 - Novembro/Dezembro 2013
Ao longo de mais de 80 anos, a Oliva entranhou-se na vida e no imaginário dos portugueses marcando a história da indústria, da arquitetura, do design e da publicidade em Portugal. A gestão visionária e vanguardista do seu fundador, António José Pinto de Oliveira, permitiu criar uma das maiores empresas do país, chegando a empregar 3000 trabalhadores. Ícone da cultura portuguesa, as máquinas de costura Oliva chegaram a todas as frentes do quotidiano dos portugueses com ações de comunicação e uma imagem gráfica inovadora produzida pelos melhores designers e fotógrafos, que acompanharam o período áureo do modernismo e alimentaram o ego da nação com uma mensagem embuída do “orgulho de ser português”. Entrou nas casas através da televisão, nas ruas, praças e fachadas da cidade em anúncios luminosos e azulejos, no cinema com publicidade nos filmes ‘A Costureirinha da Sé’ e ‘Sonhar é fácil’, mas foi mais longe e organizou cursos de corte, costura e bordados formando mais de 34.000 alunas, realizou concursos famosos como os ‘Vestidos de Chita’ e o concurso anual para a eleição da Miss Oliva, e criou duas marchas gravadas em disco e oferecidas às compradoras das máquinas de costura. Em 1969, a Oliva é comprada pelo grupo norte-americano ITT – International Telephone Corporation e passados quase trinta anos, encerra definitivamente as portas, assinalando o fim de uma história que é também nossa. Situada em S. João da Madeira, o edifício da fábrica Oliva é hoje, mais do que um legado da história da arquitetura industrial, o ponto de partida para uma nova etapa inspirada na audácia e nas realizações do passado. Neste lugar de memórias, a Câmara de S. João da Madeira criou um novo espaço capaz de dinamizar os vários setores da economia e da cultura, onde a arte se cruza com o empreendedorismo e os negócios se alimentam de talento, inovação e criatividade.
Ao longo de mais de 80 anos, a Oliva entranhou-se na vida e no imaginário dos portugueses marcando a história da indústria, da arquitetura, do design e da publicidade em Portugal. A gestão visionária e vanguardista do seu fundador, António José Pinto de Oliveira, permitiu criar uma das maiores empresas do país, chegando a empregar 3000 trabalhadores. Ícone da cultura portuguesa, as máquinas de costura Oliva chegaram a todas as frentes do quotidiano dos portugueses com ações de comunicação e uma imagem gráfica inovadora produzida pelos melhores designers e fotógrafos, que acompanharam o período áureo do modernismo e alimentaram o ego da nação com uma mensagem embuída do “orgulho de ser português”. Entrou nas casas através da televisão, nas ruas, praças e fachadas da cidade em anúncios luminosos e azulejos, no cinema com publicidade nos filmes ‘A Costureirinha da Sé’ e ‘Sonhar é fácil’, mas foi mais longe e organizou cursos de corte, costura e bordados formando mais de 34.000 alunas, realizou concursos famosos como os ‘Vestidos de Chita’ e o concurso anual para a eleição da Miss Oliva, e criou duas marchas gravadas em disco e oferecidas às compradoras das máquinas de costura. Em 1969, a Oliva é comprada pelo grupo norte-americano ITT – International Telephone Corporation e passados quase trinta anos, encerra definitivamente as portas, assinalando o fim de uma história que é também nossa. Situada em S. João da Madeira, o edifício da fábrica Oliva é hoje, mais do que um legado da história da arquitetura industrial, o ponto de partida para uma nova etapa inspirada na audácia e nas realizações do passado. Neste lugar de memórias, a Câmara de S. João da Madeira criou um novo espaço capaz de dinamizar os vários setores da economia e da cultura, onde a arte se cruza com o empreendedorismo e os negócios se alimentam de talento, inovação e criatividade.
A Oliva Creative Factory surge como um espaço de excelência para as indústrias criativas, tendo como missão reunir e fomentar competências para a geração e capacitação de talentos criativos, em articulação com as indústrias locais (calçado, vestuário, têxtil e moldes) e setores emergentes como o design, a moda, o digital e o multimédia. A incubadora para o desenvolvimento de projetos empresariais e acolhimento de empresas nas indústrias criativas será complementada com um conjunto de oficinas de trabalho, estúdios e salas de prototipagem, disponibilizando aos empresários espaços interdisciplinares de encontro e de convergência criativa. Depois da instalação das empresas, a Oliva Creative Factory inaugura uma ala dedicada à arte contemporânea, à dança e ao restauro de obras de arte, apresentando ao público o Núcleo de Arte Oliva, onde está patente a Coleção Norlinda e José Lima numa impressionante exposição com mais de mil obras organizada por Miguel Amado, comissário português que traz no currículo a colaboração com a Tate Gallery e a organização do Pavilhão de Portugal da atual edição da Bienal de Veneza. Para além do Núcleo Histórica da Oliva, visita obrigatória para mergulhar na génese da nova estrutura, artistas, empresários, criativos e público em geral podem usufruir de um vasto conjunto de espaços e valências, entre eles o Business Centre para empresas maduras de base criativa, o Centro de Arte de S. João da Madeira, a Escola de Dança Ana Luísa Mendonça, residências artísticas e uma galeria comercial. Esteja atento à programação para este ano, não vão faltar motivos para se render à nova vida de ‘A máquina que dá felicidade’.















Texto: Alexandra Novo
Fotografia: Carlos Cezanne
Fotografia: Carlos Cezanne