• Burnt Cork, Made in Situ

    Um exercício de resiliência

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Fotografia: Cortesia Made In Situ 
30 / 07 / 2021
Depois da colecção Barro Negro, uma simbiose desconcertante que alia o talento do artesanato português a uma estética comovente, Burnt Cork presta homenagem à cortiça portuguesa, transformando-se “numa ode à resiliência do material, das pessoas e do processo de produção.” 
Através de uma reflexão e pesquisa constantes, o autor do projecto Made in Situ apresenta agora sete peças de mobiliário na sua galeria em Lisboa, deixando antever o ritmo apaixonado com que se move em solo português, aliando o seu amor à arte a um bom gosto irrepreensível.

Esta nova colecção transporta-nos para 2017, quando testemunhou os incêndios florestais enquanto conduzia de França para Portugal. De que forma esta experiência potenciou a criação de Burnt Cork?
Foi um choque conduzir pelas colinas em chamas. O inferno consumia a paisagem enquanto deixava para trás um mundo de entropia e o poder do fogo atingiu-me. A sua capacidade de transformar ambientes – subtil quando controlado, agressivo quando não é dominado – mas que, de alguma forma, é sempre bela. Foi um gatilho que me fez aproximar das paisagens portuguesas e dessa percepção do que queria fazer aqui. Em Outubro de 2018, comecei a explorar e encontrei-me com artesãos alentejanos e algarvios. Em Faro, encontrámos uma pequena instalação familiar de produção de cortiça, a NF Cork, e o casal português Tânia e Nuno. Durante a visita às instalações, quando observava o processo, desde a casca de cortiça até ao bloco, reparei numa grande pilha de cortiça queimada descartada. Ressoou imediatamente dentro de mim e foi assim que nasceu a ideia de desenhar a partir dos fogos e de criar um material único a partir de sobras de cortiça queimada. 
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A imperfeição deste material acabou por dar origem a sete peças de mobiliário únicas. Concebê-las com um respeito e entendimento profundos da cultura e do artesanato português foi um desafio?
Ao longo desta viagem, tivemos a sorte de nos cruzarmos com várias pessoas e aprendermos muito. A cortiça é definitivamente um super-material. Todos sabemos que a história portuguesa está profundamente ligada à cortiça, através do know-how, mas também a nível económico, sendo o primeiro produtor de cortiça a nível mundial. Abordei a colecção como se fosse uma anomalia, surgindo das chamas e transformando-se em novidade e beleza. O processo criativo começou com a experimentação e adaptação de técnicas de cortiça aglomerada.
 
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Para mais informações, visite o website Made in Situ.
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