• Smith Hanes

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16 / 08 / 2022
Há duas décadas no mundo do design e da arquitectura, Smith Hanes continua a trazer um certo romantismo para cima da mesa, devolvendo a alma antiga a espaços privados e comerciais em solo americano. 
Do outro lado do ecrã, o arquitecto juntou-se ao amigo e colaborador Win Collier para nos falar do amor à profissão, de moda e viagens, de liberdade e de extravagância. Fizeram-no sem medos e hesitações, num discurso empático que conserva a pátina do tempo e uma sensibilidade difícil de replicar.

Inês Graça: Procuram “desenhar e criar, em vez de comprar ou contratar”. Quase 20 anos depois da fundação do gabinete, como se luta contra a rotina? Smith Hanes: Uma coisa que fazemos activamente é criar uma história de fundo para cada um dos nossos projectos. Procurámos ser mais designers de cenários, de ambientes, do que trazer a nossa linguagem de design para cima da mesa. Raramente dizemos “lembras-te daquilo que criámos e correu bem? Vamos fazê-lo neste projecto.” Tornámo-nos num estúdio que está constantemente a reinventar-se. Claro que isto tem muito que ver com a relação com o cliente. Por exemplo, a cliente do projecto Atrium começou por dizer-nos que tinha estado várias vezes no hotel Beverly Hills e que se sentia inspirada por um papel de parede fabuloso, pedindo-nos que criássemos um espaço onde as pessoas sentissem o mesmo. Por isso claro, a liberdade que o cliente nos dá é fundamental.

Talvez não seja um papel de parede, mas o que faz de Atrium um projecto tão especial? SH: Tem uma cor e iluminação bonitas, é ousado também. Durante o processo de design, lembro-me de falar com Janine, a gestora do projecto, sobre o facto de nos questionarmos se teríamos ido longe demais. Seria demasiado? Apropriado? A realidade é que as pessoas se sentem bem em todos os espaços, as salas são praticamente todas verdes ou cor-de-rosa. Numa superfície totalmente rosa, tudo se torna neutro, quase como se estivéssemos numa sala branca. Isso entusiasma as pessoas. Lembro-me de uma vez ver uma mulher com um tutu cor-de-rosa, estava vestida como se fosse uma bailarina. Vês muitas vezes as pessoas vestidas de rosa e verde de acordo com o espaço, a fotografarem-se a si próprias. Ao criares um espaço tão expressivo, estás a dar-lhes a liberdade para se expressarem também.

Como se alcança o equilíbrio entre o conforto e as necessidades inerentes a um espaço público? Win Collier: Procurando captar uma espécie de realidade e um savoir-faire antigo, através de processos que vêm do passado. Trabalhamos muito manualmente para que a alma dos espaços e dos objectos não se perca. Usamos muita madeira, aço, materiais primários, e evitamos novos materiais como o ladrilho de composição vinílica (VCT) ou azulejos de porcelana que parecem pavimentos de madeira. Claro que pode ser um desafio, é preciso considerar questões de funcionalidade e de ADA (Lei dos Americanos Portadores de Deficiência), mas precisamos de nos certificar de que o design continua a ser belo ao mesmo tempo que cumpre todos estes requisitos. Através da prática, começas a dominar questões ergonómicas. Errar várias vezes ajuda-te a perceber a melhor forma.
SH: Gostava de reiterar uma coisa que o Win disse: queremos trabalhar com a pátina e a idade, adoramos o latão sem acabamentos. Os espaços têm de ser funcionais, mas os sentimentos, o som, os cheiros e a alma contam muito, é aí que nos concentramos acima de tudo.  
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Olhando para trás, há algum projecto que fariam de forma diferente? O que falta concretizar? SH: Só voltamos uma vez aos espaços que desenvolvemos porque senão precisaríamos de continuar a redesenhá-los. (risos) Claro que estou a exagerar, mas ao visitarmos um projecto, pensamos sempre no que poderíamos ter feito de forma diferente. Tínhamos sonhos que o cliente teria gostado, havia orçamento para isso, mas provavelmente não viu o valor que nós vimos. Há sempre um “oh, quem me dera ter forrado todas as cadeiras com veludo”. Muitas vezes entramos num modo prático, de dizer logo que é demasiado. Acredito que se arriscarmos, se deixarmos a pessoa sentar-se numa cadeira totalmente forrada a veludo, ela tratará do resto. O material ganhará a pátina do tempo, e uma cadeira de veludo com 25 anos é uma das coisas mais sexy que alguma vez poderíamos desejar.
WC: Mais do que fazer de forma diferente, há projectos que gostaríamos de fazer ainda mais. Pessoalmente, adoraria fazer algo do tipo Studio 54, inspirado nessa mítica discoteca americana. 
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Para mais informações, visite o website Smith Hanes
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