Fotografia: Filipa Alves + Portrait CostaMendes
29 / 03 / 2021
Ao lado de Liliana Mendes, Filipa Alves fala-nos dos seus universos botânicos, aos quais soma hoje uma pequena galeria no centro do Porto.
Fascinada pela natureza desde criança, foi durante a produção de arranjos florais para o evento Os Pratos em Volta, a convite da agência S.P.O.T., que Filipa Alves viria a idealizar a criação de um projecto de design floral, também ele plataforma curatorial onde a matéria-prima é simultaneamente “beleza pura” e “parte integrante” do mundo em que vivemos.
O que vos fez despertar esta paixão pela natureza? Talvez o facto de termos crescido em zonas mais afastadas dos centros urbanos. Eu cresci nos campos cultivados pelos meus avós onde vi zínias, dálias e roseiras lindas a serem criadas e os almoços eram na marquise repleta de avencas e begónias. A Liliana também tem a figura da avó muito presente que a levou a contactar com flores mais tradicionais. Isso deu-nos um certo à vontade que foi evoluindo ao nível do design floral através da experiência profissional.
Apesar de uma evidente beleza camaleónica, qual a identidade que se afirma em todos os vossos projectos? No campo floral, queremos mostrar que dominamos lingua- gens mais clássicas, mas procuramos exprimir-nos através de estéticas arrojadas e arriscadas, quer pelo excesso quer pelo minimal, mas também pela escolha dos “materiais”. Isto reflecte-se, não só na própria linguagem dos arranjos, mas também através da cenografia e da fotografia – pois excepto nos arranjos preservados, a efemeridade da actividade faz com que a fotografia seja fundamental, enriquecendo o resultado final. Podemos dizer que a rubrica “Looks” apresenta experiências mais pessoais que não respondem a nenhum briefing, apenas à nossa visão.
O que vos fez despertar esta paixão pela natureza? Talvez o facto de termos crescido em zonas mais afastadas dos centros urbanos. Eu cresci nos campos cultivados pelos meus avós onde vi zínias, dálias e roseiras lindas a serem criadas e os almoços eram na marquise repleta de avencas e begónias. A Liliana também tem a figura da avó muito presente que a levou a contactar com flores mais tradicionais. Isso deu-nos um certo à vontade que foi evoluindo ao nível do design floral através da experiência profissional.
Apesar de uma evidente beleza camaleónica, qual a identidade que se afirma em todos os vossos projectos? No campo floral, queremos mostrar que dominamos lingua- gens mais clássicas, mas procuramos exprimir-nos através de estéticas arrojadas e arriscadas, quer pelo excesso quer pelo minimal, mas também pela escolha dos “materiais”. Isto reflecte-se, não só na própria linguagem dos arranjos, mas também através da cenografia e da fotografia – pois excepto nos arranjos preservados, a efemeridade da actividade faz com que a fotografia seja fundamental, enriquecendo o resultado final. Podemos dizer que a rubrica “Looks” apresenta experiências mais pessoais que não respondem a nenhum briefing, apenas à nossa visão.
De onde chega a matéria-prima? E a inspiração? Gostamos de trabalhar com material sazonal de pequenos produtores, com o que o mercado profissional oferece (o que nos dá maior variedade) e com elementos naturais que vamos coleccionando. Além disso, existe também a dimensão do artificial, como a cor extra. Acompanhamos várias áreas de criatividade além da floral, mas passa muito pela proximidade com a natureza, visitá-la regularmente e reagir-lhe. Por interromper viagens de carro porque se quer levar algo para casa que vimos na berma da estrada. Pode ser uma planta viva ou uma planta morta. A inspiração até pode começar na jarra ou numa paleta de cores inesperada. Nunca se sabe.
Para mais informações, visite o website Flórida Studio.