• Niepoort N Collectors

    Um novo templo para os sonhos antigos

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Fotografia: Carlos Cezanne 
09 / 11 / 2022
“O Rolf and The Collectors é uma homenagem ao pai do Dirk que era um coleccionador fantástico: coleccionou saca-rolhas, chaves, máquinas de escrever, selos, etc.”
Quando Dirk Niepoort se apresentou por entre as centenas de pipas de vinho do Porto amontoadas nas caves de Serpa Pinto, em Gaia, ainda pouco poderíamos adivinhar sobre a forma divertida, descontraída, mas sobretudo envolvente como conduz cada nova conversa. “Sempre achei que devíamos ter um sítio para vender garrafas e para dar a provar, mas o meu problema é que não gosto de fazer meias coisas. Para fazer mal, prefiro não fazer.” Aos 58 anos, Dirk continua a levar o seu optimismo e ambição a cada projecto a que se entrega. Depois de ter revolucionado os vinhos de mesa na família, colocando a região do Douro nas bocas do mundo, o actual líder da Niepoort garante preocupar-se, sobretudo, “em fazer ainda melhor” tudo aquilo que faz. “Acredito que o nosso crescimento tem sido uma consequência de fazer as coisas bem feitas, sem teres aquela atitude de querer crescer à força toda.”

O que é certo é que Dirk Niepoort é um homem do mundo e das pessoas. Nunca estudou enologia mas domina-a como poucos, fala do Douro com uma sensibilidade invulgar e recusa-se a fazer parte de uma minoria resignada e conservadora, acabando por alargar o espectro vinícola a novos “satélites” no campo das artes, da música ou do design. E porque, mais do que se vender desbragadamente, o que lhe importa é conquistar uma comunidade genuinamente interessada nos seus vinhos e no seu trabalho, fez nascer o N Collectors, uma espécie de wine society onde procura reunir uma “pequena família exclusiva” num único lugar. “A ideia era juntar todas estas pessoas que Dirk foi conhecendo, pessoas que partilhem os mesmos valores que a Niepoort. Além das vantagens exclusivas, cada membro poderá fazer um evento nesta sala e convidar os amigos,” explica-nos Beatriz Machado, directora de Marketing e Enoturismo da empresa.

O “templo”, como Dirk prefere chamar-lhe, é sem dúvida um dos grandes trunfos desta iniciativa. Num antigo armazém, outrora palco de jantares e aniversários de família, nasceu em 2021 uma sala para eventos restritos. Para lá chegarmos, é preciso atravessar a antiga sala de provas (um verdadeiro laboratório-museu, forrado com manuscritos e fotografias de família) e ainda a nova loja e sala de degustação, que é hoje palco de provas e masterclasses pensadas à medida de cada cliente. Sobre o resto, dificilmente conseguiríamos enumerar os tesouros escondidos por entre as centenas de barricas e rótulos nacionais e internacionais que a marca representa. Só para ficar com uma ideia: há chá que envelhece em pipas de vinho do Porto (diga-se Pipacha), uma garrafeira que armazena a garrafa de vinho do Porto mais cara do mundo (“é de 1863 e custa 160 mil dólares”) e uma amostra da extensa colecção de saca-rolhas do pai de Dirk, que contempla “uns três mil no total”.  
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Já à mesa da mítica sala do clube, Dirk abre umas das poucas garrafas de Robustus, o primeiro vinho que fez em 1990. “O meu pai dizia que cheirava mal. Nunca cheguei a vendê-la, mas, se o fizesse, cada garrafa custaria uns 600 euros”, diz-nos, ao mesmo tempo que Beatriz Machado se junta a nós durante a conversa. “Um dia estávamos a jantar aqui e eu tinha aberto uma garrafa de Magnum de 1991, que produzi. O meu pai chamou-me e disse-me para trazer a garrafa e reparei que já tinha desaparecido mais de metade. Disse-me para lhe dar mais um bocado e eu olhei para ele, dei-lhe um beijinho e disse-lhe que era o melhor elogio que ele me poderia dar.”  
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Para mais informações, visite o website Niepoort.
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