• Uma Jóia Escondida

journal

Fotografia: Amaury Laparra 
02 / 06 / 2025
A poucos passos do mítico cinema La Pagode, em pleno 7.º arrondissement de Paris, esconde-se um pied-à-terre que foi completamente reinventado pela designer Sandra Benhamou.  
Encomendado por um coleccionador privado sediado em Londres, o projecto apresenta uma nova leitura da linguagem clássica parisiense, fundindo-a com uma visão contemporânea arrojada, emocional e profundamente estética.
Por detrás da fachada típica da capital francesa, revela-se um interior onde o detalhe é rei. As linhas de contorno em madeira de iroko percorrem o apartamento como um fio condutor visual, desenhando os espaços com uma precisão quase gráfica. A paleta de materiais — onde pedra e metal se encontram — cria um diálogo subtil entre a matéria bruta e o toque refinado. Esta dualidade ecoa em divisões-chave como a casa de banho, onde texturas naturais e acabamentos modernos se equilibram com mestria, e na cozinha, onde o inox luminoso dita o tom de um espaço funcional e escultural.

Mas é no limiar da entrada que o primeiro gesto surpreendente acontece: um mármore azul-céu, arrojadamente aplicado no pavimento, estabelece desde logo o carácter inesperado da intervenção. Este elemento define a narrativa emocional do apartamento, onde cada escolha foi pensada para despertar curiosidade e provocar sensações.
Ao reinventar este refúgio parisiense, Sandra Benhamou aliou o legado clássico a uma curadoria de peças ousada e singular. O mobiliário revela um diálogo entre épocas e expressões: clássicos reinterpretados dos anos 80, obras contemporâneas e peças de autor, como a cadeira de Gaetano Pesce (galeria Aurélien Serre), um aparador vintage em madeira (Morentz), bancos estofados de Josef Hoffmann, ou ainda a emblemática poltrona Culbuto de Marc Held.

Benhamou assina também criações próprias, que pontuam o espaço com identidade: a lâmpada Pierre em gesso escovado e lã, a mesa Kaki em pau-rosa e latão, e o pufe Dolly. A curadoria de arte completa o ambiente com nomes como Gideon Rubin, Kathleen Jacobs (Karsten Greve), Nathanaëlle Herbelin e John Chamberlain, entre outros. Cada peça contribui para uma atmosfera que é, ao mesmo tempo, sofisticada, sensível e provocadora.
Cerâmicas de Christian Duc, uma escultura em mármore de Carrara da jovem artista Kristina Chrastilova, um vaso de Camille Romagnani (Pick-up Art) e uma peça evocativa de Raphaël Navot (galeria Diurne) adicionam camadas de textura e narrativa ao espaço.

Este apartamento é mais do que uma habitação: é uma obra viva, onde a tradição parisiense se reinventa em cada canto. Um projecto que traduz, com alma e arrojo, a poesia visual de um bairro onde a arte e a cultura se entrelaçam naturalmente. 
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Para mais informações, visite o website Sandra Benhamou
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