20 / 09 / 2025
Com mais de uma década de experiência no mundo do design e da arquitectura, Adri Clery é o rosto por detrás do Atelier Interiors – um estúdio multidisciplinar que transforma espaços em experiências sensoriais e narrativas visuais.
Especializada em projectos residenciais, comerciais e de hospitalidade, Adri defende uma abordagem íntima e meticulosa, na qual cada detalhe importa, defendendo uma prática de "design com alma". Tivemos a oportunidade de descobrir mais sobre o seu percurso, processo criativo e a forma como olha para o design como uma extensão da identidade de quem o habita.
LÚCIA RUMOR: Quem é a Adri Clery, e como descreveria o seu percurso enquanto designer de interiores?
ADRI CLERY: Sou designer de interiores de título, mas vejo-me mais como uma curadora de sentimentos – alguém que usa o espaço para evocar emoções, texturas e significados. O meu caminho nunca foi linear; é tecido através da arquitectura, viagens, maternidade, direcção criativa e um fascínio duradouro por objectos e materiais que transportam memória. Ao longo da última década, trabalhei em projectos residenciais, comerciais e de hospitalidade high-end, sob a alçada do meu estúdio, Atelier Interiors, com o objectivo de criar espaços com alma e consideração. O meu trabalho inclina-se para aquilo a que chamo de "contar histórias silenciosas": espaços que estão enraizados no seu contexto, mas que não são ditados pelas tendências; que têm tanto de comedido como de caloroso.
L.R. Carácter, propósito e alma: estas são as palavras que melhor descrevem a sua prática. Como surgiu o Atelier Interiors e qual foi o momento em que sentiu que era altura de criar o seu próprio estúdio?
A.C. O Atelier Interiors começou em 2014, nascido de um desejo silencioso mas persistente de criar mais livremente – para explorar a minha própria voz e moldar interiores com carácter e profundidade. Tinha passado anos no mundo da arquitectura, muitas vezes focada nas camadas técnicas da arquitectura de interiores, mas dei por mim a querer uma ligação emocional mais profunda ao espaço. Com algum encorajamento do meu (agora) marido, dei o salto e fundei o estúdio. A minha primeira encomenda foi um pequeno projecto de hotelaria, que deu origem a uma série de espaços comerciais dinâmicos. Mas, com o passar do tempo, senti-me mais realizada com a intimidade do trabalho residencial – criar casas que reflectem a paisagem emocional das pessoas que nelas vivem. O estúdio evoluiu – de uma equipa maior para uma configuração mais intencionalmente dimensionada –, permitindo-me estar perto de cada projecto e proteger a integridade do processo.
LÚCIA RUMOR: Quem é a Adri Clery, e como descreveria o seu percurso enquanto designer de interiores?
ADRI CLERY: Sou designer de interiores de título, mas vejo-me mais como uma curadora de sentimentos – alguém que usa o espaço para evocar emoções, texturas e significados. O meu caminho nunca foi linear; é tecido através da arquitectura, viagens, maternidade, direcção criativa e um fascínio duradouro por objectos e materiais que transportam memória. Ao longo da última década, trabalhei em projectos residenciais, comerciais e de hospitalidade high-end, sob a alçada do meu estúdio, Atelier Interiors, com o objectivo de criar espaços com alma e consideração. O meu trabalho inclina-se para aquilo a que chamo de "contar histórias silenciosas": espaços que estão enraizados no seu contexto, mas que não são ditados pelas tendências; que têm tanto de comedido como de caloroso.
L.R. Carácter, propósito e alma: estas são as palavras que melhor descrevem a sua prática. Como surgiu o Atelier Interiors e qual foi o momento em que sentiu que era altura de criar o seu próprio estúdio?
A.C. O Atelier Interiors começou em 2014, nascido de um desejo silencioso mas persistente de criar mais livremente – para explorar a minha própria voz e moldar interiores com carácter e profundidade. Tinha passado anos no mundo da arquitectura, muitas vezes focada nas camadas técnicas da arquitectura de interiores, mas dei por mim a querer uma ligação emocional mais profunda ao espaço. Com algum encorajamento do meu (agora) marido, dei o salto e fundei o estúdio. A minha primeira encomenda foi um pequeno projecto de hotelaria, que deu origem a uma série de espaços comerciais dinâmicos. Mas, com o passar do tempo, senti-me mais realizada com a intimidade do trabalho residencial – criar casas que reflectem a paisagem emocional das pessoas que nelas vivem. O estúdio evoluiu – de uma equipa maior para uma configuração mais intencionalmente dimensionada –, permitindo-me estar perto de cada projecto e proteger a integridade do processo.
L.R. A sua abordagem é profundamente sensorial e personalizada. Como começa o processo criativo de um novo projecto?
A.C. Para mim, começa sempre com uma conversa – ouvir verdadeiramente. Antes de um único esboço ser feito ou de um tecido ser puxado, tento compreender o ritmo de vida do meu cliente: como vive, o que adora e o que deseja. É nestas conversas iniciais que se forma a planta emocional do projecto. A partir daí, começo a dar forma a uma narrativa, através do sentimento. Construo storyboards tácteis de materiais, cores e objectos que falam tanto do espaço como da pessoa. A luz, a textura, a memória e a função entram em jogo. O processo criativo é intuitivo mas fundamentado; equilibra a poesia e o carácter prático. No centro de cada projecto – quer seja uma casa, uma galeria ou um restaurante – está o desejo de criar espaços que tenham uma ressonância emocional. Abordo cada projecto como uma espécie de narrativa sensorial – um lugar onde a arquitectura, o interior e a identidade podem encontrar-se e falar fluentemente. Trata-se menos de categorias e mais da energia que o espaço contém.
A.C. Para mim, começa sempre com uma conversa – ouvir verdadeiramente. Antes de um único esboço ser feito ou de um tecido ser puxado, tento compreender o ritmo de vida do meu cliente: como vive, o que adora e o que deseja. É nestas conversas iniciais que se forma a planta emocional do projecto. A partir daí, começo a dar forma a uma narrativa, através do sentimento. Construo storyboards tácteis de materiais, cores e objectos que falam tanto do espaço como da pessoa. A luz, a textura, a memória e a função entram em jogo. O processo criativo é intuitivo mas fundamentado; equilibra a poesia e o carácter prático. No centro de cada projecto – quer seja uma casa, uma galeria ou um restaurante – está o desejo de criar espaços que tenham uma ressonância emocional. Abordo cada projecto como uma espécie de narrativa sensorial – um lugar onde a arquitectura, o interior e a identidade podem encontrar-se e falar fluentemente. Trata-se menos de categorias e mais da energia que o espaço contém.


