05 / 08 / 2024
A verdadeira arte não deixa ninguém indiferente. E assim são as obras da artista francesa Juliette Minchin que, através da escultura, entrelaça narrativas sensoriais com emoções.
Formada pela ENSAD e Beaux Arts de Paris, tem como inspiração a natureza, o esoterismo e rituais que exploram o nascimento, a morte e a transformação para dar vida à arte, com a sua própria temporalidade.
JORGE TEIXEIRA: Quando é que se apercebeu que queria ser escultora e qual foi o seu caminho para criar a sua própria identidade enquanto artista?
JULIETTE MINCHIN: Apercebi-me que queria ser artista quando expus a minha primeira escultura, que também é a minha primeira obra de cera, em 2019. La veillée au candelou é um cubo de aço do tamanho de um homem cujas paredes estão cobertas com trezentos quilos de cera e que, ao derreter, revela uma estrutura de ferro com um padrão labiríntico e geométrico. Ver como a obra tocava o público fez-me perceber a minha capacidade de transmitir emoções. Foi o dia em que decidi concentrar-me apenas na minha carreira artística. Hoje, penso que é uma das melhores escolhas de vida que já fiz. Só no último ano dos meus estudos, em 2018, é que decidi fazer escultura. Queria realmente fazer algo que nunca tivesse sido feito antes, encontrar uma maneira singular de abordar o material enquanto desenvolvia uma nova técnica. O meu encontro com a cera foi, assim, o início da minha produção, que não parou mais!
A sua arte tem uma dimensão e uma mensagem espiritual e esotérica. O que é que a inspira a abordar estes temas e como é que tenta transmitir isso no resultado final? Na minha investigação antropológica, inspiro-me muito nas formas sagradas e em rituais sagrados que foram inventados pelo homem, em resposta ao medo da morte, para levar uma vida espiritual, para dar sentido à vida, ou mesmo para se tranquilizar. O desafio é deixar o máximo de liberdade possível aos sentimentos e ao material. Procuro despertar reflexos animistas, uma espiritualidade universal, para criar obras que falem por si, que ofereçam uma sensação de déjà vu e de empatia. A escolha pela cera acontece por ser um material flexível. Utilizo-a para peças sucessivas, como uma alma que deixa um corpo para outro. A cera é também o material mais próximo da pele e da carne. Provoca uma empatia muito forte porque projectamos seres humanos nela, perturba tanto que encarna o vivo.
JORGE TEIXEIRA: Quando é que se apercebeu que queria ser escultora e qual foi o seu caminho para criar a sua própria identidade enquanto artista?
JULIETTE MINCHIN: Apercebi-me que queria ser artista quando expus a minha primeira escultura, que também é a minha primeira obra de cera, em 2019. La veillée au candelou é um cubo de aço do tamanho de um homem cujas paredes estão cobertas com trezentos quilos de cera e que, ao derreter, revela uma estrutura de ferro com um padrão labiríntico e geométrico. Ver como a obra tocava o público fez-me perceber a minha capacidade de transmitir emoções. Foi o dia em que decidi concentrar-me apenas na minha carreira artística. Hoje, penso que é uma das melhores escolhas de vida que já fiz. Só no último ano dos meus estudos, em 2018, é que decidi fazer escultura. Queria realmente fazer algo que nunca tivesse sido feito antes, encontrar uma maneira singular de abordar o material enquanto desenvolvia uma nova técnica. O meu encontro com a cera foi, assim, o início da minha produção, que não parou mais!
A sua arte tem uma dimensão e uma mensagem espiritual e esotérica. O que é que a inspira a abordar estes temas e como é que tenta transmitir isso no resultado final? Na minha investigação antropológica, inspiro-me muito nas formas sagradas e em rituais sagrados que foram inventados pelo homem, em resposta ao medo da morte, para levar uma vida espiritual, para dar sentido à vida, ou mesmo para se tranquilizar. O desafio é deixar o máximo de liberdade possível aos sentimentos e ao material. Procuro despertar reflexos animistas, uma espiritualidade universal, para criar obras que falem por si, que ofereçam uma sensação de déjà vu e de empatia. A escolha pela cera acontece por ser um material flexível. Utilizo-a para peças sucessivas, como uma alma que deixa um corpo para outro. A cera é também o material mais próximo da pele e da carne. Provoca uma empatia muito forte porque projectamos seres humanos nela, perturba tanto que encarna o vivo.
Cascade 2023 © Romain Darnaud
Exhibition RIVELAZIONI-Museo Sant'Orsola-Florence ©Cinestudio
Retrato-2023 © Gregoire de Gaulle
Veillée aux racines - Exhibition RIVELAZIONI Museo Sant'Orsola-Florence ©Cinestudio
Vitrail soufflé-Exhibition RIVELAZIONI-Museo Sant'Orsola Florence - cortesia da artista
La croix, veillée aux épines © Damien Aspe
Tenciona explorar outros materiais no futuro? Gostaria de desenvolver um projecto de vitral, criando cortinas de vidro. Também gostaria de criar obras de exterior em bronze e chumbo. O que me interessa neste trabalho é levar a extensão de um material até ao limite. Já o fiz com cera e tenciono fazê-lo com outros materiais.
Lustre-2024-Exposition Rivelazioni, Florença. Cortesia da artista
Hydromancie - Expositiion De Cinere Surgo Palerme. Cortesia da artista
Omphalos. Cortesia da artista
Torche. Exposition De Cinere Surgo Palerme. Cortesia da artista
La veillée au candélou, Palais des Beaux Arts de Paris 2020. Cortesia da artista
Para mais informações, visite o website Juliette Minchin.