• Casa da Costa Guest House

    Vila do Conde, Portugal

journal

Fotografia: José Pedro Costa 
18 / 06 / 2021
"Em 2017 desenhamos a primeira linha, ainda tímida, em forma de rabisco para lançar a discussão de um projecto situado na zona histórica de Vila do Conde." 
"A tela não estava em branco, existia uma pré-existência que era preciso respeitar e que se pretendia preservar da melhor forma possível.
A localização, histórica e carregada de histórias, que se sentia no badalar do sino da igreja que se vislumbrava por entre o arvoredo a Sul, e que se traduzia, também, nos passos de quem ruma, muitas vezes em silêncio, em direcção a Santiago de Compostela, era o ponto de partida para uma intervenção de respeito pela memória.
A casa era bonita e estava bem acompanhada. Faltava-lhe vida! Abandonada em tempos pela falta das pessoas que muitas histórias lá teriam para contar.
O desafio deste projecto era criar uma Guest House híbrida que fosse capaz de responder a um programa de alojamento temporário e, ao mesmo tempo, não comprometesse uma futura utilização do espaço como habitação de forma permanente. Não podia ser só uma Guest House, tinha de ser também uma casa. O programa estava definido à partida.
Quatro quartos, três deles servidos de casa de banho privada que coabita o mesmo espaço de forma a tornar tudo mais amplo e luminoso. Era um risco assumido que faria parte da intimidade sem causar mossa. Um sanitário de serviço e espaços de arrumos no piso de entrada completavam a cozinha e a sala comum de acesso ao pátio exterior.
Esta era a parte fácil. A parte difícil era manter a alma do lugar com as opções que se tomavam.
Reaproveitamos as asnas e a caixilharia da fachada principal em bom estado de conservação e aplicamos o granito das demolições da compartimentação interior, pouco que a casa era modesta, na pavimentação do pátio exterior.
Acrescentamos madeira! Refizemos os pisos e completamos a cobertura dando conforto ao miolo.
A distribuição interior estava estudada e foi executada conforme planeada. Não havia margem para erros. O orçamento era curto e estava todo destinado.
Para o jardim, tranquilo e quente de verão, pensamos num espelho de água para refrescar e relaxar. O jardim, rodeado de catos, teria de ser autossustentável. A sua manutenção não fazia parte da equação.
A Ana e a Natacha, que fizeram da minha a obra delas e que completavam as decisões não me deixando sem rumo, diziam muitas vezes que bom que seria saborear umas amêijoas carregadas de coentros e beber um copo de vinho assim que a obra estivesse concluída. Na verdade, a obra está terminada e as amêijoas, essas, acompanharam muito bem o vinho escolhido..."

Texto cedido pelo arquiteto Hugo Monte. 
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Para mais informações, visite o website Hugo Monte
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