Inspirados pelo design italiano das décadas de 60 e 70, pela Bauhaus, mas também por designers contemporâneos, têm vindo a afirmar-se na cena parisiense, e não só. O seu mais recente projecto — o Mistinguett — é uma lição de autenticidade.

ANA RITA SEVILHA: Quem são Adele Nourry e Hugo Vince? ADELE NOURRY/HUGO VINCE: Em primeiro lugar, são duas pessoas que começaram uma amizade nos bancos da École Camondo. Na altura, há mais de 10 anos, morávamos os dois na Rue Legendre, em Paris, e hoje os nossos escritórios ficam na mesma rua! O primeiro projecto, o que lançou o Atelier HA, foi a remodelação de um barco, em Bolonha, para uma família de sete pessoas. Um projecto atípico e altamente formativo, que nos permitiu enfrentar os trabalhos e desafios subsequentes com serenidade.

Foi ainda enquanto estudantes na École Camondo que surgiu a vontade de criarem o vosso próprio estúdio. Que outros legados a escola vos deixou? Tentamos iniciar cada projecto contando uma história, ter uma narrativa que norteia as nossas ideias. Mas também gostamos de descobrir um novo mundo e novos constrangimentos cada vez que iniciamos um novo trabalho. Achamos que esta forma de trabalhar deriva de uma certa nostalgia dos tempos da escola, e das disciplinas que tínhamos na altura.

Como definem o vosso processo criativo, a vossa prática e a vossa linguagem? Abordamos cada trabalho estabelecendo alguns elementos fortes e marcantes que articulam o resto do projecto. Também gostamos de transformar uma qualquer restrição num elemento de projecto. Esta metodologia acaba por definir o processo, a prática e a linguagem.