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  • Obras de António Charrua na Galeria São Mamede, em Lisboa

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17 / 10 / 2016
A Galeria São Mamede em Lisboa inaugura a 20 de Outubro uma importante exposição de Charrua, onde irá apresentar um conjunto de obras de pintura e desenho, que integraram a exposição retrospetiva apresentada pelo Museu Gulbenkian em 2015.

Artista multifacetado, Charrua desenvolveu, através de diferentes linguagens e suportes, um vocabulário marcadamente abstracionista, influenciado pelo expressionismo europeu e americano e uma obra extensa, que se prolongou ao longo de seis décadas de atividade contínua e intensa.

António Charrua nasceu em 1925 em Lisboa, frequentou o Curso de Engenharia da Universidade de Ciências em 1944 e o curso de Arquitetura na Universidade de Belas Artes em 1950, nunca tendo terminado nenhum dos cursos. O grande momento de transformação na vida de Charrua aconteceu quando conheceu o trabalho de Vincent Van Gogh, em 1945, e o de Picasso um pouco mais tarde. Um grande deslumbramento com dois dos pais da arte moderna mudou a sua vida e estabeleceu o seu percurso, algures pelo expressionismo abstrato.

Tendo começado com um registo mais figurativo, como alguns outros artistas, experienciou também a gravura e foi com esta técnica que começou a ganhar a admiração dos críticos no final dos anos 50. Através de três bolsas de estudo concedidas pela Fundação Calouste Gulbenkian, viajou bastante e foi adquirindo diversas influências, não só na pintura, mas também na literatura filosófica, pela qual o artista era fascinado.

De Rauscenberg ao informalismo catalão, Charrua tocou muitos movimentos de arte e estava perto da estética de muitos artistas, mas teve sempre um trabalho muito característico. Cores e contraste fortes, provocando uma sensação de movimento, mas sempre com uma estrutura e um estudo enorme por trás. O artista era fascinado por Mondrian e pela sua capacidade de controlar as cores e linhas como uma verdade absoluta, e assim, desenvolveu um tipo de verdade absoluta para a sua pintura, usando formas, cores e gestos, criando sinais e símbolos. Um alfabeto formal de Charrua ao qual o "X", a pirâmide e o "T" pertencem.

O trabalho de Charrua continua a crescer e a ser reconhecido após sua morte, em 2008, como verificámos com a última grande exposição antológica, "X de Charrua - 19.06.15 - 25.10.15", apresentada pelo Museu Calouste Gulbenkian em 2015. Atualmente, esta exposição concede o público não só a alegria de contemplar as peças, mas também de levá-las para casa. É possível visitar até 15 de Novembro.
 
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