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Fotografia: Alicia Taylor
19 / 06 / 2025
Na vibrante costa de Burleigh Beach, Queensland, onde o glamour dourado da Gold Coast encontra a alma boémia de Byron Bay, nasceu um novo ícone do design hoteleiro internacional.
O Mondrian Gold Coast, o primeiro hotel de lifestyle de luxo da marca Mondrian na Austrália, é mais do que uma experiência de hospitalidade — é uma narrativa espacial que funde memória, modernidade e o espírito inconfundível do lugar.
Com assinatura do estúdio Alexander &CO. (A&CO.), em colaboração com a Vitale Property Group e o próprio hotel, o projeto procurou reimaginar a génese cultural de Burleigh, transformando-a numa atmosfera aspiracional que nunca existiu, mas que agora parece ter estado sempre ali. Como descreve Jeremy Bull, diretor da A&CO., “é como caminhar por um salão oceânico antigo, cheio de artefactos de algo há muito esquecido”.
Este gesto de design ganha vida em dois espaços centrais: o LiTO, restaurante italiano de inspiração mediterrânica no piso térreo, e o Haven, restaurante de mariscos e pool club no terceiro piso — ambos esculpidos como se fossem ruínas costeiras, modeladas pelo tempo e pelo mar.
LiTO: arquitetura esculpida, gastronomia em movimento
À chegada, o LiTO acolhe com uma imponência discreta. Dendriformes colunas sustentam os 5 metros de pé-direito numa linguagem que evoca o modernismo orgânico. Pavimentos em terrazzo envelhecido, rebocos venezianos e formas de betão osso criam uma concha arquitetónica onde a experiência gastronómica é o foco absoluto.
Mais do que um restaurante, o LiTO é o epicentro de fluxo: ponto de receção do hotel, bar de cocktails, café de bairro e destino gastronómico — tudo coexistindo num espaço fluido e dinâmico. A solução de A&CO. foi coreografar percursos, zonas e atmosferas, sem comprometer a identidade tátil e sensorial que caracteriza o espaço: madeiras de nogueira, couros em ferrugem e sálvia, iluminação quente que transforma o ambiente da manhã à noite.
O balcão do bar, uma peça escultórica com “cortina de betão” moldada em unidades curvas e únicas, repousa sobre um tampo em nogueira com detalhes de zinco envelhecido, revelando o compromisso com a sofisticação artesanal. Já o café de esquina, com a sua ilha de betão em tom marshmallow, está pensado para o vai-e-vem descontraído dos passantes da esplanada.
Haven: o refúgio elevado entre céu e mar
Subindo ao terceiro piso — por escada em ziguezague ou através do elegante lobby de elevadores — descobre-se o Haven, uma interpretação subtil da dolce vita costeira. Aqui, o design torna-se mais etéreo: paredes de betão que lembram artefactos esculpidos pelo vento, espelhos amplos que refletem o azul do mar e o verde da piscina, madeiras trabalhadas com a delicadeza de uma casa mediterrânica.
O restaurante interior conjuga elementos utilitários e poéticos: um grande balcão de pedra pré-moldada, forno de pizza como peça central, e zonas desenhadas em padrões inspirados em Utzon e Scarpa, para distinguir usos e atmosferas. A iluminação, desenhada com Shaun Dudley (Transmitt), adiciona ritmo e carácter, com formas modernistas em latão, creme e verde.
O Pool Club é um pequeno oásis suspenso: piscina de 25 metros, daybeds ladeadas por guarda-sóis, banheiras de hidromassagem elevadas e um bar exterior que serve tanto eventos como momentos descontraídos. As cinco cabanas privativas, equipadas com frigoríficos e sofás-cama, elevam a experiência balnear para um registo de luxo discreto.
Design como narrativa de identidade
Entre referências a Jørn Utzon e ao modernismo costeiro, entre a hospitalidade italiana e o espírito livre do surf australiano, o Mondrian Gold Coast encontra a sua identidade na justaposição. Não é apenas o luxo do objeto — é a evocação do lugar, do passado e do desejo de um estilo de vida que parece tão natural quanto cuidadosamente desenhado.
Este projeto não é só uma nova referência para a costa australiana. É uma afirmação sobre o poder do design em construir histórias, não apenas espaços. Uma arquitetura que parece ter sido sempre parte da paisagem, e que, como as melhores memórias, tem o dom de parecer familiar mesmo quando a encontramos pela primeira vez.
Com assinatura do estúdio Alexander &CO. (A&CO.), em colaboração com a Vitale Property Group e o próprio hotel, o projeto procurou reimaginar a génese cultural de Burleigh, transformando-a numa atmosfera aspiracional que nunca existiu, mas que agora parece ter estado sempre ali. Como descreve Jeremy Bull, diretor da A&CO., “é como caminhar por um salão oceânico antigo, cheio de artefactos de algo há muito esquecido”.
Este gesto de design ganha vida em dois espaços centrais: o LiTO, restaurante italiano de inspiração mediterrânica no piso térreo, e o Haven, restaurante de mariscos e pool club no terceiro piso — ambos esculpidos como se fossem ruínas costeiras, modeladas pelo tempo e pelo mar.
LiTO: arquitetura esculpida, gastronomia em movimento
À chegada, o LiTO acolhe com uma imponência discreta. Dendriformes colunas sustentam os 5 metros de pé-direito numa linguagem que evoca o modernismo orgânico. Pavimentos em terrazzo envelhecido, rebocos venezianos e formas de betão osso criam uma concha arquitetónica onde a experiência gastronómica é o foco absoluto.
Mais do que um restaurante, o LiTO é o epicentro de fluxo: ponto de receção do hotel, bar de cocktails, café de bairro e destino gastronómico — tudo coexistindo num espaço fluido e dinâmico. A solução de A&CO. foi coreografar percursos, zonas e atmosferas, sem comprometer a identidade tátil e sensorial que caracteriza o espaço: madeiras de nogueira, couros em ferrugem e sálvia, iluminação quente que transforma o ambiente da manhã à noite.
O balcão do bar, uma peça escultórica com “cortina de betão” moldada em unidades curvas e únicas, repousa sobre um tampo em nogueira com detalhes de zinco envelhecido, revelando o compromisso com a sofisticação artesanal. Já o café de esquina, com a sua ilha de betão em tom marshmallow, está pensado para o vai-e-vem descontraído dos passantes da esplanada.
Haven: o refúgio elevado entre céu e mar
Subindo ao terceiro piso — por escada em ziguezague ou através do elegante lobby de elevadores — descobre-se o Haven, uma interpretação subtil da dolce vita costeira. Aqui, o design torna-se mais etéreo: paredes de betão que lembram artefactos esculpidos pelo vento, espelhos amplos que refletem o azul do mar e o verde da piscina, madeiras trabalhadas com a delicadeza de uma casa mediterrânica.
O restaurante interior conjuga elementos utilitários e poéticos: um grande balcão de pedra pré-moldada, forno de pizza como peça central, e zonas desenhadas em padrões inspirados em Utzon e Scarpa, para distinguir usos e atmosferas. A iluminação, desenhada com Shaun Dudley (Transmitt), adiciona ritmo e carácter, com formas modernistas em latão, creme e verde.
O Pool Club é um pequeno oásis suspenso: piscina de 25 metros, daybeds ladeadas por guarda-sóis, banheiras de hidromassagem elevadas e um bar exterior que serve tanto eventos como momentos descontraídos. As cinco cabanas privativas, equipadas com frigoríficos e sofás-cama, elevam a experiência balnear para um registo de luxo discreto.
Design como narrativa de identidade
Entre referências a Jørn Utzon e ao modernismo costeiro, entre a hospitalidade italiana e o espírito livre do surf australiano, o Mondrian Gold Coast encontra a sua identidade na justaposição. Não é apenas o luxo do objeto — é a evocação do lugar, do passado e do desejo de um estilo de vida que parece tão natural quanto cuidadosamente desenhado.
Este projeto não é só uma nova referência para a costa australiana. É uma afirmação sobre o poder do design em construir histórias, não apenas espaços. Uma arquitetura que parece ter sido sempre parte da paisagem, e que, como as melhores memórias, tem o dom de parecer familiar mesmo quando a encontramos pela primeira vez.