journal
Fotografia: Alex Lesage
05 / 06 / 2025
Aninhada na base do Monte Saint-Bruno, na margem sul de Montreal, a residência Montpellier é um elogio à harmonia entre arquitetura e natureza.
Rodeada por uma floresta densa e imersiva, a casa parece deslizar suavemente pela encosta, numa cumplicidade silenciosa com a montanha que a acolhe. Mais do que uma casa, este é um refúgio contemporâneo desenhado para contemplar.
Fruto de uma colaboração sensível entre o estúdio de design Vives St-Laurent e o atelier ATA Architecture, o projeto distribui-se por três níveis, incluindo um piso parcialmente enterrado que acompanha com precisão o declive natural do terreno. Esta implantação estratégica afasta-se das tipologias convencionais do bairro – dominado por moradias dos anos 60 – propondo uma volumetria subtilmente escultural, enraizada no lugar.
Desde o início, a estrutura do edifício foi definida em estreita parceria com os proprietários, o que exigiu uma abordagem de design de interiores cuidadosamente coreografada: espaços fluidos, luz natural generosa e percursos intuitivos que respeitam a lógica do lugar.
Organizada em torno de um pátio interior, a planta valoriza a transparência e a ligação com a floresta, através de uma fachada posterior amplamente envidraçada. Desde a entrada, um vestíbulo linear conduz a uma sala de estar ligeiramente rebaixada — um gesto arquitectónico que acentua a intimidade do espaço e o dramatismo do pé-direito duplo, suavizado por uma longa cortina vertical.
À esquerda, desenvolvem-se os espaços privados: boudoir, escritório, ginásio e ligação à cave. À direita, as áreas sociais: cozinha, sala de jantar e escadas que conduzem ao piso superior. Todos os espaços comunicam entre si de forma orgânica, sem barreiras abruptas, numa circulação contínua e intuitiva.
O interior reflecte o estilo de vida dos moradores: elegante, depurado, mas acolhedor. A linguagem arquitectónica, geométrica e contida, é suavizada por detalhes subtis — curvas na lareira, nas paredes e no mobiliário fixo, que conferem ritmo e leveza ao espaço.
Na sala de estar, um volume linear em cerâmica terracota (importada da Califórnia) envolve a lareira — peça central e elemento favorito dos proprietários. Suspenso sobre o espaço duplo, o candeeiro Tekio, em papel washi, difunde uma luz suave e envolvente.
A paleta de materiais estabelece um equilíbrio entre o carvalho natural e madeiras em tons mais escuros, criando um contraste rico, coerente e texturado.
A residência Montpellier é o reflexo de uma colaboração profunda entre clientes, arquitectos e designers. Uma arquitectura que nasce do lugar, em escuta atenta à paisagem, onde cada detalhe constrói uma experiência habitacional poética e consciente.
Fruto de uma colaboração sensível entre o estúdio de design Vives St-Laurent e o atelier ATA Architecture, o projeto distribui-se por três níveis, incluindo um piso parcialmente enterrado que acompanha com precisão o declive natural do terreno. Esta implantação estratégica afasta-se das tipologias convencionais do bairro – dominado por moradias dos anos 60 – propondo uma volumetria subtilmente escultural, enraizada no lugar.
Desde o início, a estrutura do edifício foi definida em estreita parceria com os proprietários, o que exigiu uma abordagem de design de interiores cuidadosamente coreografada: espaços fluidos, luz natural generosa e percursos intuitivos que respeitam a lógica do lugar.
Organizada em torno de um pátio interior, a planta valoriza a transparência e a ligação com a floresta, através de uma fachada posterior amplamente envidraçada. Desde a entrada, um vestíbulo linear conduz a uma sala de estar ligeiramente rebaixada — um gesto arquitectónico que acentua a intimidade do espaço e o dramatismo do pé-direito duplo, suavizado por uma longa cortina vertical.
À esquerda, desenvolvem-se os espaços privados: boudoir, escritório, ginásio e ligação à cave. À direita, as áreas sociais: cozinha, sala de jantar e escadas que conduzem ao piso superior. Todos os espaços comunicam entre si de forma orgânica, sem barreiras abruptas, numa circulação contínua e intuitiva.
O interior reflecte o estilo de vida dos moradores: elegante, depurado, mas acolhedor. A linguagem arquitectónica, geométrica e contida, é suavizada por detalhes subtis — curvas na lareira, nas paredes e no mobiliário fixo, que conferem ritmo e leveza ao espaço.
Na sala de estar, um volume linear em cerâmica terracota (importada da Califórnia) envolve a lareira — peça central e elemento favorito dos proprietários. Suspenso sobre o espaço duplo, o candeeiro Tekio, em papel washi, difunde uma luz suave e envolvente.
A paleta de materiais estabelece um equilíbrio entre o carvalho natural e madeiras em tons mais escuros, criando um contraste rico, coerente e texturado.
A residência Montpellier é o reflexo de uma colaboração profunda entre clientes, arquitectos e designers. Uma arquitectura que nasce do lugar, em escuta atenta à paisagem, onde cada detalhe constrói uma experiência habitacional poética e consciente.


