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  • Entre o clássico e o contemporâneo

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Fotografia: Casa Mia Visuals 
14 / 10 / 2025
Produção: Karine Monié
No coração de Green Community West, um dos bairros mais tranquilos e arborizados do Dubai, a designer Amna Chaudhry, fundadora e diretora criativa da Amna Chaudhry Interiors, encontrou o cenário ideal para concretizar o seu projecto mais pessoal: a casa que desenhou para a sua própria família.  
Mais do que um exercício de design, esta foi uma oportunidade para materializar a sua linguagem estética, uma síntese entre elegância intemporal, conforto quotidiano e autenticidade emocional. “Esta foi a primeira casa que desenhei para a minha família desde que lancei o meu estúdio”, conta Amna. “Procurávamos uma propriedade com uma estrutura arquitectónica sólida, algo com potencial para ser reinventado à nossa medida. Assim que vi esta casa, percebi que havia nela uma harmonia rara no Dubai, uma base com carácter, pronta para ser reimaginada.”
A residência, construída em 2008, apresenta traços de Spanish Revival, visíveis no telhado em terracota, nas arcadas e na fachada em estuque. Amna preservou o encanto original, mas reinterpretou-o com uma sensibilidade contemporânea. A escolha da localização não foi inocente: Green Community West é uma área que combina a calma de um refúgio suburbano com a proximidade à cidade, um equilíbrio que se reflete também na atmosfera da casa.

Inspirada pela sofisticação parisiense e pela elegância das brownstones nova-iorquinas, Amna construiu um diálogo entre referências europeias e americanas, suavizado por uma paleta mediterrânica que responde à luz e ao clima locais. O ponto de partida foram dois elementos fundamentais: o mármore Breccia Capraia, escolhido para a cozinha, e o fogão ILVE, com um toque vintage e artesanal - duas peças que acabaram por definir a direcção de todo o projecto. “O mármore, com a sua base cremosa e veios em roxo suave, deu-nos o equilíbrio entre suavidade e ousadia; o ILVE trouxe um certo romantismo, que acabou por inspirar a escolha de mobiliário e detalhes com alma.”

No interior, o ambiente respira calma e harmonia. A base cromática é neutra, dominada por brancos quentes e tons de areia, que amplificam a luz natural e criam uma sensação de serenidade. Nos espaços mais pequenos, como a casa de banho de visitas ou a despensa, Amna optou por tons mais escuros, quase cinematográficos, para um efeito mais íntimo. A cozinha, ampla e inundada de luz, ganhou profundidade com armários em azul-marinho, um contraponto ao mármore Capraia. E nos apontamentos decorativos — obras de arte, tecidos, móveis — surgem notas de ferrugem, vermelho e bege, evocando o outono nova-iorquino que a designer associa à sua infância.
Durante a obra, uma descoberta inesperada transformou por completo a casa: o tecto da entrada, inicialmente com 2,4 metros, escondia um pé-direito de quase cinco metros. “Quando percebemos isso, fiz questão de recuperar toda a altura original. Foi um momento decisivo — de repente, o foyer ganhou uma escala monumental e uma luminosidade surpreendente.” Esse espaço tornou-se agora o coração da casa, um prelúdio para o que se revela a seguir: proporções equilibradas, materiais naturais e uma sensação constante de leveza.
Com cerca de quatrocentos metros quadrados, todos num único piso, a casa desenvolve-se em torno de uma relação fluida entre interior e exterior. As grandes portas e janelas abrem-se para o jardim, criando uma continuidade visual com a natureza e trazendo serenidade ao quotidiano da família.
O resultado é um refúgio contemporâneo com alma clássica, onde o rigor estético se funde com a emoção de habitar. Uma casa que fala de tempo, de texturas e de luz, e que prova que o verdadeiro luxo reside, afinal, na arte de tornar o quotidiano extraordinário. 
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