• ÁRVORE DA VIDA

    MONDIM DE BASTO, PORTUGAL

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Fotografia: Carlos Cezanne 
22 / 02 / 2022
No interior desta casa, o apelo a um passado longínquo, ainda que omnipresente, vai inundando as paredes tingidas de afectos familiares e memórias colectivas. 
“Era o apelo da Terra e do chão mátrio correspondido, vivido e desfrutado”, completa João Alarcão, à medida que nos introduz para um universo independente de ditames efémeros, onde não há cantos negligenciados nem palavras capazes de o dignificar.
Ainda se recorda do feliz regresso no final de Verão. “A casa rejuvenescia com o matar de saudades dos adultos, jovens e crianças que a enchiam. Era o alegre período das “férias grandes” das vindimas; das concertinas e dos cantares ao desafio”, vai contando o proprietário, embebido no património visceral da casa Olival do Senhor, que ainda hoje conserva o nome de um antigo olival cujo azeite era oferecido anualmente “para manter sempre acesos os lampadários da seiscentista Capela do Senhor, na Vila de Mondim de Basto”.
“É uma casa de família”. A assunção parece insuficiente para traduzir uma casa que, mais do que a arquitectura, conserva memórias que se prolongam no tempo, numa geografia de afectos que lhe confere “uma auréola de idiossincrasias”. Reconstruída no século XIX pelo seu bisavô Coronel António da Silva Carvalho Branco, continua a ser o porto seguro de várias gerações, preservando a relação umbilical que sempre mantiveram com este lugar. “Durante a Guerra do Ultramar, nos dois anos que servi em Moçambique, no Niassa, tive por companhia uma mão cheia de terra do jardim desta casa que a minha mãe para lá me enviara.” “Pancadas”, como lhe chama, “mas sempre vividas com a alegria que o amor às raízes nos traz”.
O nosso espanto não cessa, aumenta na mesma proporção da sua mundividência e complexidade. Amplas adegas, lagares, casas de lenha e cómodos agrícolas dão lugar às salas de paredes não rebocadas, deixando à vista o xisto e o granito. Lá fora, uma escultórica escadaria conduz-nos para os quartos, escritório-biblioteca e para a sala do piso superior, esta última uma ilha de boas rotinas que nos convoca para os serões em torno da lareira. 
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Nos dias quentes, é no delicioso alpendre que a conversa se prolonga. As vistas desafogadas para as vinhas e para os cedros altos nas tardes mais quentes eternizam “o infinito prazer e descanso que nos trazem estes momentos.” 
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