• FLACK STUDIO

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Fotografia: Cortesia Flack Studio 
09 / 02 / 2022
Aliando um olhar rigoroso a uma enorme curiosidade, sem abdicar de uma salutar dose de humor e imprevisibilidade, David Flack faz de cada novo desafio “uma tela em branco para a emoção e exploração humana”, dividindo-se entre o universo residencial, comercial e a concepção de peças de mobiliário. 
A poucos meses da abertura do Ace Hotel Sydney, um “projecto de sonho” que se orgulha de assinar, o mentor do estúdio australiano fala-nos da sua vontade em fazer do design “uma forma de arte emocional”, defendendo a importância de uma abordagem inclusiva, modernista, mas sempre inspiradora.

Inês Graça: Referiu, numa entrevista anterior, que “desenvolve projectos a pensar na personalidade do cliente”. Como encontra o equilíbrio entre a linguagem do estúdio e as necessidades do cliente? David Flack: Acredito que a principal força do estúdio é a sua capacidade em interpretar o briefing dos clientes, prevendo um espaço que é quintessencial para a arquitectura, lugar, ambiente e alma. Os seres humanos são complexos, logo os espaços também devem ter uma complexidade e profundidade que molde o seu próprio carácter. O nosso mantra é “nunca parar de desenhar”; procurar fazer disso algo divertido, tirando o máximo partido de cada momento. O design é uma tela em branco para a exploração e emoção humanas. O nosso design respeita a importância do lugar na experiência humana.

IG: Admite também que cada parte do processo poderá conduzir a uma experiência holística e idiossincrática. Como pode um espaço contemporâneo permanecer intemporal? DF: Os espaços contemporâneos são intemporais se olharem para o passado e para o futuro, ainda que devam respeitar o trabalho dos artesãos que o antecederam. Tudo isto tendo em conta a vontade do nosso estúdio em privilegiar uma materialidade honesta e um forte planeamento espacial, sempre com uma confiança que permita que a nostalgia e o humor honrem o casamento entre o cliente, o espaço e a arquitectura. A nossa missão é sustentada pela ideia de que “para desenhá-lo uma vez, desenha-o bem”. Queremos que as pessoas voltem aos nossos espaços cinquenta anos depois, que os reconheçam e que os preservem. Trabalhamos de forma alinhada com princípios modernistas – uma materialidade honesta, a força dos detalhes e um investimento que honra a convicção e a confiança. Quando as pessoas dizem: “Já não criam como antigamente”, respondemos sempre: “Nós criamos”.

IG: É possível fazê-lo de forma mais consciente e localmente integrada? DF: Trabalhamos com um pequeno grupo de mercados, produtores e talentos incríveis que dão vida ao nosso trabalho. Uma coisa é desenhar o espaço, outra é criá-lo e dominá-lo. Dizemos sempre que os nossos espaços são “feitos com amor” pois a dedicação e habilidade envolvidas compõem uma grande parte do processo. A arte desempenha um papel crucial na nossa prática, desde uma fase inicial até à conclusão – acrescenta camadas e outro nível de complexidade, gerando conversas.
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IG: Por esse motivo, considera-se um artista pela forma como procura gerar um envolvimento emocional? DF: Nunca tinha pensado dessa forma quando montei o estúdio, mas agora reconheço que o que criamos é arte. Os nossos projectos evoluem e, mesmo depois de serem concluídos, a nossa relação com os clientes continua. Demorámos algum tempo a falar abertamente sobre o processo, no entanto, acredito que o design é uma forma de arte emocional. Não poderíamos fazer o que fazemos sem um profundo amor e ligação com cada cliente e cada projecto.
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Para mais informações, visite o website Flack Studio.
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