• RICARDO BAK GORDON

    o arquitecto como maestro

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12 / 11 / 2021
Ricardo Bak Gordon vê o arquitecto como um maestro de orquestra que, entre momentos de certeza e de dúvida, avança sempre para dar o melhor de si através desta disciplina.  
Ler transversalmente os espaços, públicos ou privados, com o intuito de melhorar, sempre, o usufruto dos mesmos. Esta é a metodologia inerente ao atelier Bak Gordon e do seu arquitecto fundador que fomos conhecer nesta edição.

Patrícia Ramos: Quando é que percebeu que a arquitectura teria que fazer parte do seu caminho?
Ricardo Bak Gordon: Não sei exactamente responder a essa questão, mas recordo que aos 15 anos tomei consciência do interesse que tinha por alguns espaços construídos e, a partir daí, decidi ir para a Escola Artística António Arroio, continuar os estudos. Posso dizer que foi aí o ponto de partida.

PR: Tem preferência por algum tipo de projecto (residencial, público, industrial, etc)?
RBG: Julgo que todos os programas podem ser interessantes. A arquitectura é uma equação (subjectiva) e, nesse sentido, o que é estimulante é a identificação dos seus ingredientes, as variáveis e o modo como nos propomos responder. É verdade que existe uma enorme satisfação quando verificamos que um novo lugar pode melhorar significativamente a vivência das pessoas que o utilizam.

PR: Daquilo que é a sua prática, o que o desafia mais: iniciar um projecto do zero ou partir de uma pré-existência e reabilitá-la?
RBG: Essa é uma questão muito interessante. Olhando para o conjunto do meu trabalho, é reconhecível que existem mais projectos e obras feitas de raiz do que reabilitações. Não julgo que tenha sido uma decisão consciente. Tenho imenso interesse por acções e projectos de reabilitação. Julgo que a arquitectura é um exercício de síntese e, nesse sentido, recordo algumas intervenções de reabilitação onde foi mais importante subtrair do que adicionar. Às vezes, para resgatar as melhores virtudes de um lugar, o que é necessário é subtrair. Retirar o que ao longo dos tempos foi acrescentado. E, em muitos casos, temos uma boa surpresa.
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Casa Azul, Grândola © Francisco Nogueira 
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Casa Azul, Grândola © Francisco Nogueira  
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Casa na Foz ©Francisco Nogueira 
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Casa na Foz ©Francisco Nogueira 
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Casa na Foz ©Francisco Nogueira 
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Casa na Costa do Castelo, Lisboa ©Francisco Nogueira 
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Casa na Costa do Castelo, Lisboa ©Francisco Nogueira  
PR: Diria que o trabalho de um arquitecto passa muito pela reunião, partilha e debate de ideias?
RBG: O trabalho do arquitecto desenvolve-se num arco muitíssimo amplo de interacções. Oscila entre alguma intimidade consigo mesmo e a coordenação e participação com grandes equipas, onde todos se revelam fundamentais para o resulta- do final do projecto. Por um lado, dentro do próprio atelier, onde esse debate é aberto desde os primeiros momentos. Depois, com equipas de engenheiros e consultores, que terão uma influência decisiva nas virtudes do projecto. Naturalmente que o cliente, seja ele privado ou público, tem um papel determinante no sucesso do próprio projecto, nomeadamente, se conseguir uma confortável plataforma de confiança.
Vejo muito o trabalho do arquitecto como o de chefe de orquestra. Às vezes, com um pequeno agrupamento de cordas, outras com uma imensa orquestra sinfónica. 
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PLMJ Escritório de Advocacia ©Francisco Nogueira 
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Casa em Quelfes @Leonardo Finotti 
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Casa em Quelfes @Leonardo Finotti  
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Escola Garcia da Orta ©Leonardo Finotti 
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Escola Garcia da Orta ©Leonardo Finotti 
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Auditório CCB, Belém ©Francisco Nogueira 
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Lagar Oliveira da Serra, Ferreira do Alentejo ©FG+SG - Fernando Guerra 
Para mais informações, visite o website Bak Gordon.
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