21 / 09 / 2020
Francisco Garcia de Freitas, Luís Costa Valente, Paulo Vieira Borralho e Rui Velho Didier são os nomes por detrás do atelier RUA, um estúdio cujo discurso comum “ainda em construção” assenta num modelo colectivo menos hierárquico e mais horizontal.
Consistência, resiliência e um bom gosto apurado assinam o portefólio do atelier que, desde 2006, é responsável pela concepção de adegas, parques de campismo, residências ou espaços culturais e de alojamento. Quando questionados sobre a sua preferência, sorriem: “a preferência é pela diversidade, é isso que nos enriquece enquanto estúdio”.
Depois de estudarem na mesma universidade e passarem por vários ateliers europeus (desde os suíços Hergoz & De Meuron ao português José Adrião, também entrevistado por nós nesta edição), qual acreditam ser o fio condutor que vos une hoje em dia? A nossa identidade é uma identidade ainda hoje em construção. O início foi muito difícil, com discussões infindáveis, e cada projecto era encarado por cada um de nós como se fosse o seu último. Com o tempo fomos aprendendo o que é que cada um valoriza e fomos construindo um discurso comum. Hoje, o atelier RUA já não é um somatório de projectos do Rui, do Luís, do Francisco ou do Paulo; é antes a síntese das ideias que defendemos em comum. As nossas visões pessoais da arquitectura são a visão construída dentro do atelier. A identidade do estúdio materializa-se no respeito pelo contexto, tanto natural como construído, colocando-o em diálogo com a forma contemporânea enquanto mecanismo para dar resposta a um programa. Acreditamos que, para que esse diálogo ocorra, há valores que devem estar presentes: o tempo, no sentido da perenidade e da assunção das suas diferentes camadas, a escassez de meios e a simplicidade formal.
Essa identidade é influenciada por algumas referências em particular? Eu diria que gostamos de boa arquitectura, independentemente de onde vem ou de quem a faz... Mais do que referências contemporâneas ou “personificadas”, há referências a modelos. A tradição da arquitectura popular portuguesa é uma delas, não é por acaso que o Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa anda sempre a saltar de mesa em mesa aqui no atelier. A arquitectura portuguesa mais “erudita” do século XX também está sempre presente, com referências naturais aos seus grandes mestres, bem como a modernidade brasileira ou outras referências às quais recorremos com frequência, fruto da nossa experiência em ateliers em Portugal e no estrangeiro.
Depois de estudarem na mesma universidade e passarem por vários ateliers europeus (desde os suíços Hergoz & De Meuron ao português José Adrião, também entrevistado por nós nesta edição), qual acreditam ser o fio condutor que vos une hoje em dia? A nossa identidade é uma identidade ainda hoje em construção. O início foi muito difícil, com discussões infindáveis, e cada projecto era encarado por cada um de nós como se fosse o seu último. Com o tempo fomos aprendendo o que é que cada um valoriza e fomos construindo um discurso comum. Hoje, o atelier RUA já não é um somatório de projectos do Rui, do Luís, do Francisco ou do Paulo; é antes a síntese das ideias que defendemos em comum. As nossas visões pessoais da arquitectura são a visão construída dentro do atelier. A identidade do estúdio materializa-se no respeito pelo contexto, tanto natural como construído, colocando-o em diálogo com a forma contemporânea enquanto mecanismo para dar resposta a um programa. Acreditamos que, para que esse diálogo ocorra, há valores que devem estar presentes: o tempo, no sentido da perenidade e da assunção das suas diferentes camadas, a escassez de meios e a simplicidade formal.
Essa identidade é influenciada por algumas referências em particular? Eu diria que gostamos de boa arquitectura, independentemente de onde vem ou de quem a faz... Mais do que referências contemporâneas ou “personificadas”, há referências a modelos. A tradição da arquitectura popular portuguesa é uma delas, não é por acaso que o Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa anda sempre a saltar de mesa em mesa aqui no atelier. A arquitectura portuguesa mais “erudita” do século XX também está sempre presente, com referências naturais aos seus grandes mestres, bem como a modernidade brasileira ou outras referências às quais recorremos com frequência, fruto da nossa experiência em ateliers em Portugal e no estrangeiro.
Parque de campismo, Abrantes, Portugal, 2010. Foto © FG+SG
Casa Dois, 2018, Portugal, (projecto em obra). Foto © 3D cortesia atelier RUA
Casa Dois, 2018, Portugal, (projecto em obra). Foto © 3D cortesia atelier RUA
Vista terraço, Adega 23, Adega, 2015, Portugal. Foto © Nuno Almendra
Adega 23 Fachada Oeste, Adega, 2015, Portugal. Foto © Nuno Almendra
Acesso à adega, Adega 23, Adega, 2015, Portugal. Foto © Nuno Almendra
Quando arrancaram com o vosso estúdio, em 2006, estavam prestes a deparar-se com uma forte crise inter- nacional. A comparação com a conjuntura que estamos a viver é inevitável – de que forma isso vos tornou mais resilientes na altura e quais os principais desafios com que se deparam actualmente? Fomos capazes de ultrapassar essa crise pois a nossa estrutura era apenas composta por nós próprios. Estávamos a começar, tínhamos vontade de trabalhar e de fazer concursos, e tudo o que conseguíamos era mais do que o pouco que tínhamos. Aprendemos a ser responsáveis e a não embarcar em aventuras, mesmo que às vezes as perspectivas fossem favoráveis e fosse tentador contratar mais colaboradores para aliviar a nossa carga de trabalho. Actualmente, mantemos essa filosofia: um passo de cada vez e prudência na gestão do atelier.
Linhaceira. Portugal. Foto © 3D cortesia atelier RUA
Apartamentos Alcácer do Sal, 2019 Portugal. Foto © 3D cortesia atelier RUA
Luís Costa Valente, Francisco Garcia de Freitas, Rui Velho Didier, Ana Tomé, Paulo Vieira Borralho. Foto © Miguel Manso
Para mais informações, visite o site atelier RUA.