Preservando alguma da história que ali se conta, manteve-se a pedra das paredes originais que, depois de recuperadas, foram reutilizadas na fachada principal da nova moradia.

Os arquitetos da 2BMFG arquitectes, responsáveis pelo projeto, decidiram desenhar uma casa que fosse o mais sustentável possível, ou seja, com o mínimo de demanda e consumo de energia. Nesse sentido, e para construir um edifício com energia quase nula, o projeto da casa foi baseado em padrões de construção passivos, nomeadamente a auto produção de energia, super isolamento e um sistema de ventilação com recuperação de calor e humidade.

A disposição foi pensada de forma a que as divisões utilizadas durante o dia, ou seja, cozinha, sala de estar, sala de jantar e os três quartos, ficassem viradas a sudeste, usufruindo de vista para o quintal. As despensas, casas de banho, o estúdio e a garagem estão todos virados para noroeste, em direção à rua principal.

Uma parede de pedra recuperada, visível de todas as divisões, serve de separador vertical da casa, desagregando as áreas mais privadas das de serviço. Um espaço duplo conecta os dois andares acima do hall de entrada, criando uma relação delicada que também se estende para cima.
A fachada nordeste do edifício, voltada para a rua, é intencionalmente hermética. A sua composição é uma mistura lúdica de pedras naturais e chapas de Corten, conferindo à fachada proporções que se assemelham às dos restantes edifícios da rua.

Em contraste, a fachada sudeste tem grandes aberturas de vidro que estabelecem uma relação imediata com o exterior, nomeadamente com o quintal e a piscina. Uma varanda oferece sombra ao quintal e serve como área de refeições ao ar livre.
O resultado é uma casa ultra eficiente (AA), acolhedora e perfeitamente integrada no ambiente que a envolve.