Duas imponentes paredes em pedra, revestidas a uma rede metálica, formam a camada externa desta residência, aproximando o passado e o presente. “Como é comum no centro do Porto, a casa é estreita, longa e com apenas duas frentes: o desafio era trazer mais luz para a semi-cave e para todos os espaços interiores”, conta-nos a arquitecta Teresa Otto, fundadora do estúdio Ottotto, sobre este projecto de intervenção.

A resposta acabaria por ganhar forma através da criação de um corte de 70 centímetros na cobertura, “atravessando os três pisos, para os quais espreitam oito janelas,“ acrescenta, favorecendo assim a conexão interior-exterior. Destaque para a ampla superfície envidraçada e para a nova estrutura de aço verde, responsável por suportar um bloco branco em tijolo que integra três novos volumes, permitindo, ainda, o acesso ao alpendre.

À medida que subimos as escadas em ferro, encontramos os quartos, um escritório-varanda ou até um supreendente sotão, espaços sóbrios e minimalistas pincelados pelo cor-de-laranja vivo das cortinas. Repleta de apontamentos alegres nos interiores, que contam com a assinatura da Primeira Demão, a casa cruza tradição e contemporaneidade, uma filosofia evidente também no contraste entre a manutenção da fachada original e a adição de uma chapa ondulada nas traseiras, iluminando o simpático jardim.