• Moradia da Costa Nova

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02 / 04 / 2018
Ricardo Vieira de Melo imprime nos seus espaços uma elegância contemporânea e intemporal. Nas casas, a preocupação constante de moldar as dinâmicas de família surge como “uma extensão que está sempre, simultaneamente, concluída e incompleta”. O responsável do estúdio de arquitectura RVDM fala-nos de um dos seus últimos projectos, Casa na Costa Nova, que traduz o seu olhar e sensibilidade, numa harmonia constante com o meio envolvente.

O mar, as dunas e o meio envolvente inspiraram a criação deste lar?
A envolvente determina muitas das opções de cada projeto. A exposição à frente de mar e a exiguidade do terreno, fizeram com que os compartimentos se voltassem a um lado só. Os vãos para poente tiveram de ser doseados por forma a garantir conforto tanto na sala como nos quartos, e a ‘grande janela’ da sala foi organizada para garantir segurança e desenho.


 
A limitação do espaço foi um desafio?
O terreno exíguo obrigou a que não se perdesse nenhum espaço em circulações. Só a escada rompe os pisos todos e à medida que se sobe a circulação não só diminui como é feita directamente pelo compartimento. Isso permitiu fazer uma casa com 4 suites e uma sala grande. Os amigos do cliente, quando entraram pela primeira vez, ficaram espantados como se tinha conseguido ampliar o espaço dentro daquelas limitações.

Relativamente ao cliente, que elementos traduzem no apartamento os seus gostos e os interesses?
O cliente, naturalmente, queria usufruir da localização da casa frente ao mar. Ao colocar a sala no último piso conseguiu-se uma visão mais ampla e desimpedida sobre a paisagem e ainda se ganhou um terraço voltado a sul, protegido da nortada. Estes dois espaços, sala e terraço são a marca da casa e corresponderam, além do esperado, às expectativas que o cliente tinha sobre o terreno.  
Há algum aspecto transversal a todos os projectos que considere essencial?
Desenhar uma casa é entrar na intimidade de uma família, de um individuo e de um lugar. Tenta-se perceber os seus receios e desejos os clientes e simultaneamente as possibilidades que o lugar oferece. É, por isso, uma mediação de inúmeras variáveis que se pretendem harmonizar. Chegar a esse equilíbrio é fundamental.

Qual o principal desafio dos projectos privados?
A casa implica sempre um desafio enquanto tipologia que nunca se encontra resolvida. Como extensão do indivíduo está sempre, simultaneamente, concluída e incompleta na nossa medida. A casa é um registo das mentalidades, da perceção do tempo, das alterações sociais e geográficas, condicionantes que determinam a sua espacialidade. A casa utiliza as sensibilidades do lugar material e mental, do tempo real e imaginário, e por isso é um forte recetáculo cultural.

Projectos futuros que nos possa revelar?
As obras de qualificação urbana na Figueira da Foz e em Oliveira de Frades, porque lidam com a grande escala trazem novos desafios.

 
Um projecto de RVDM
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